sexta-feira, outubro 21, 2005

BECO ALUMIADO

Marcus Ottoni


"As nossas leis deveriam punir criminosos que usam as armas para cometer crimes, não fabricantes de produtos que estão dentro da lei."
George Bush, hoje, depois que o Congresso americano aprovou lei que protege fabricantes e lojas que vendem armamentos de processos na Justiça movidos por vítimas de crimes com armas de fogo.

Amanhã, Sábado, 22 de outubro, a partir das 14 horas, Pratodomundo
Concentração: Rua Vaz Gondim, entre as ruas João Pessoa e Heitor Carrilho, Centro.
Geraldinho Carvalho
Boi de Manoel Marinheiro
Pedro Mendes


Karl Leite

Isaura Rosado, ontem, no Bar de Nazaré

Beco Alumiado

Nunca vi um beco assim
Em toda a minha vida
Era gente de todo jeito
Numa tarde colorida
Dando abraços e beijos
Até, em Mané Bomfim

Foi grande minha alegria
Naquela tarde festeira
Onde a paz e o amor
O respeito e a brincadeira
Reinaram com louvor
Inté ao ir-se o dia

Homis alegres, muiés bonitas
Com os sorrisos nos lábios
Machos feios e fêmeas lindas
Pra afastar qualquer presságios
Cum gargalhadas infindas
De Marias, Norma e Lenitas

Quero deixar registrado
Minha pequena tristeza
Foi a ausencia sentida
De Meméia(a fortaleza)
A Bruxinha pretendida
Não estava ao meu lado

Cum certeza lá de cima
Ela me olhava feliz
Cum pensamentos arretado
Aqueles que sempre quis
Cum coração apertado
Vou fazendo minha rima

A turma do Beco é
Um povo descontraído
Bebe cerveja e cachaça
E faz um grande alarido
Passa o tempo achando graça
Viva os homi e as muié

Foi bonita a festança
Tudo munto divertido
Show da nossa Crystal
E também do Brega Cabrito
Pratas da casa, Natal
Coisa de munta abundança

Tinham até uns gaiatos
Que tudo fotografava
Na "batedeira de chapa"
Que da mão não largava
Eram click' e "chulapas"
Foram mais de mil retratos

Esse Beco é alumiado
Mais que luz de lamparina
Mais que luz de candeeiro
Mais que zóios de minina
Mais que munto fogareiro
É um Beco abençoado

Manoel Bomfim



Beco Alumiado

Derna de mil novecentos,
e vôtes, querido irmão;
o nosso Beco da Lama,
tem luz própria de muntão.
Qui o Beco é alumiado,
e por Deus abençoado,
Mané, tais chêi de razão.

Luz qui Vicente înfermêro,
qui Maínha, qui Diomá,
Calado, Jota Epifânio,
Jonas da Casa Iemanjá;
Veca, Bosco, Baltamir,
juntamente cum Nazí,
nuis manda prú lado de cá.

É a luz dais presepada,
duis momento de emoção,
duis irmão qui já se fôro,
qui pisaro o nosso chão.
Qui do peito, a cada dia,
derramaro de alegria,
lágrimas do coração.

É a luz da inspiração,
duis muntos verso de amô,
duis namoro improibido,
qui arguém puralí dexô.
Da praca de Pixinguinha,
qui à boemía intêrinha,
de Natá emocionô.

Luz dais faísca duis bêjo,
nais isquina in rua istreita.
Qui ais fofoquêra vigiava,
iscundida, só na ispreita.
Quando a mundiça fragava,
na merma hora gritava,
ajunta ô arrocha ô êita.

Luiz duis copo de Nazí,
qui muntas vêiz, meu irmão,
sirviro de tistimunha,
prá mim, bêbo de muntão;
iscrevê apaixonado,
uis meus verso, inquilibrado,
naquele véio balcão.

Querido Mané Bonfim,
eu acho qui é essa a luz,
qui alumía o nosso Beco,
e qui à cuncrusão me induiz.
Eu juro in minha poesia,
qui tem o avá de Maria,
e ais benção de Jesus...

Bob Motta




quarta-feira, outubro 19, 2005

UMA ALMA DO BECO

Marcus Ottoni


Vi Gardênia delicada, doida por uns alisados, arrodeada de bem-casados.
Crys Tinoco

Karl Leite
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PRATODOMUNDO

Hoje não sou a Crys. Sou uma Alma do Beco. Que Beco? Ora, o da Lama! Aquele de boa fama. E vou contar pra vocês, o que por lá vi, por onde andei. O quanto me diverti. O muito que me deleitei. A festa PRATODOMUNDO, assim mesmo com tudo bem juntinho PRA TODO MUNDO ficar pertinho; ou será PRATO DO MUNDO? Não importa a versão, importa mesmo é o pirão, pois concorrendo estão, bares e restaurantes, com comida regional, que espero não faça mal. E o que vi vou contar; pra você não se espantar. Pois no próximo sábado quero, você por lá encontrar. Vi Meméia, boa bruxinha, tomando uma cachacinha, chegando bem de mansinho, no ouvido dizendo assim: prove pra mim - a virtual - que tudo isso é real. Se é real ou irreal, não importa meu irmão. Bom é ver o olhar brilhar e o coração sentir pulsar. E só viu a criatura, encantada, especial, quem na hora estava usando óculos tridimensionais. Vi a criançada sentada, comportada, encolhidinha. A atenção, ao Mamulengo, voltada, solta, em gargalhada. Vi político engajado, preocupado em aproveitar, prometendo pesquisar, mesmo sem saber como realizar. Pro velho Centro revitalizar há de estratégias buscar. Vi sorrisos sinceros. Outros tantos amarelos. Alguns até cariados, outros mesmos desdentados, pois o Beco muito mais é dos pobres coitados. E pra essa crônica virar poesia, ofereço a mão à palmatória. Sou mesmo boa é na oratória. Que rima mais simplória! Mas, vamos lá. Assim bem juntinho, meu escrito em forma de carinho, para essa coluna ocupar, pois espaço ainda há.

Vi homens fazendo pose para o famoso retratista. Um olho na câmara, outro na conquista. Vi Gardênia delicada, doida por uns alisados, arrodeada de bem-casados. Outros se esquivando dos seus beijos. E com jeitinho duvidoso, pedindo todo dengoso, desculpas por não poder retribuir, mas se ela insistir.... Vi fotógrafo alquebrado dançando com rebolado, sempre pro mesmo lado. Vi mulheres recebendo elogio, a libido por um fio; outras desconfiadas viam seus homens dançando animados, enxeridos, descabelados com amigas, mui amigas queridas. Vi muitas delas à vontade. Cabelos soltos, selvagens, hormônios a mil, atraindo atenções. Vi luxúria, lixo, glamour. Matuto falando francês: Je t'aime mon amour. Vi também tristeza, solidão. Perdidos na multidão. Vi meninas faceiras, chamadas de feiticeiras; saias longas, olhos semi-cerrados de paixão, dançando conduzidas pela mão. Vi o chão sendo pisado, indiferente ao calçado. Se de grife, ou sem nenhum riquififi. Vi a noite espelhar o dia. E continuar a alegria. Nada de baixaria, baderna. A rua parecia uma grande taverna. Não teve vez pra polícia. Dela não se teve notícia. Vi brindes de canecas, cerveja e euforia. E muita, muita alegria.

E se pra toda essa festança, sua curiosidade despertar, visite o velho centro, bem no meio da cidade. Experimente cardápios, bebidas, amizades e alegria. Deixe saudades. Festeje durante o dia. Terá os dois próximos sábados, pra comilança provar: rabada, fava, buchada, peixe no coco, carneiro e baião de dois. Não deixe nada pra depois.

Ana Cristina Cavalcanti Tinoco


CONVERSINHA COM VOCÊS

Há mais de um ano, no Beco, o assunto do dia é eleição. Eleição da Samba, claro, que eleição pra valer, aquela de deputado, senador, presidente da República, ninguém quer saber.

Duas chapas já estão lançadas, apesar da disputa estar marcada, estatutariamente, para abril do próximo ano. Pressa essa deve ser coisa de amor à entidade, creio. Ou muito desejo de ver longe a atual diretoria.

Alex saiu na frente como candidato. E já batizou sua chapa de Sempre Samba. Bira, o antagônico, ainda não definiu como se chamará a sua.

Segundo conversas, a Sempre Samba vai sair de Alex, diretor executivo; Hugo Macedo, diretor adjunto; Venâncio Pinheiro, diretor Cultural; Léo Sodré, secretário e; Franklin Serrão, tesoureiro. Bira terá Chagas Lourenço como adjunto; Dorian Lima como Diretor Cultural; Barbinha como secretário e; Emanoelzinho como tesoureiro.

Digo que há insatisfações diante das chapas postas. Por isso, acredito que outras surgirão.

Quando toma umas doses a mais de cocatila com merino, Léo articula golpes. Diz que vai cooptar Hugo Macedo e colocar Alex para a secretaria da Sempre Samba. Alex não quer nem saber da hipótese e já pensa em deletar o secretário golpista.

Como não apóio nem uma nem outra, fico levando pau das duas e recebendo elogios das duas.

Quando acerto, ficam com medo da crítica.

Quando erro, o pau come e o erro é levado a exponenciais inatingíveis.

Coitado de mim que só quero terminar o meu tempo como diretor executivo e ajudar à gestão de quem ganhar a eleição de abril.

Depois do Pratodomundo, teremos, a 3 de dezembro, o IV Carnabeco. 17 de dezembro (?), a Confraternização dos Amigos do Beco e Adjacências.

Em anos passados, tentei, sem sucesso, convencer a turma para a realização do Reveiom do Beco. Esse ano, parece, existe clima para a realização do evento. O premiado e competente produtor cultural Zé Dias, sábado passado, manifestou-se publicamente favorável à idéia. A opinião e o apoio de Zé podem ser fundamentais ao sucesso da iniciativa. Eu topo e vou envidar esforços para realizá-lo.

25, 26, 27 e 28 de fevereiro de 2006, teremos o Carnaval do Beco da Lama. Vou insistir nos 4 dias mais uma vez, mesmo que fique sozinho. 4 de Março, o Pós-Carnaval. 14 de Março, Dia da Poesia. 14 ou 15 de abril (a discutir), teremos festa para a realização da eleição da Samba e; finalmente, a 5 ou 6 de maio, a festa de posse da nova diretoria.

Ainda é muita ação pela frente. Aos candidatos, ação já. Vamos ajudar na realização dos eventos, fazendo o possível para elevar o nome da Samba. A entidade hoje tem o respeito e o carinho da sociedade natalense e muitos parceiros que devem ser preservados. Existe amor a essa sigla. Amor que devemos preservar.

As duas últimas casas em pé da Rua da Conceição (Rua do Caminho de Beber Água) foram tombadas. Dona Wilma já assinou o ato. Foi luta nossa. O Beco da Lama hoje está inserido no Corredor Cultural da cidade. Outra grande vitória. Isso, sem falar na Praça da Poesia, que é realidade (de placa, pelo menos) no pátio do Palácio da Cultura.

Léo trouxe a notícia de que foi formado, na Câmara Municipal, um bloco parlamentar para defender a revitalização do centro histórico de Natal. Fazem parte dele: Renato Dantas (proclamado líder da Samba na Câmara), Dickson Nasser, Hermano Morais, Salatiel de Souza e Júnior Rodoviário. Outros devem chegar junto para a luta.

Enquanto isso, espero todos sábado que vem, agora no Beco Sul, rua vaz Gondim, entre as ruas João Pessoa e Heitor Carrilho.

Padre Agostinho, que mora na área, vai estar por lá, distribuindo suas bênçãos.

Abraço a todos,


Dunga


O QUI É SÊ NATALENSE

Patrizia, você falô,
o qui é sê natalense.
Afirmô qui nóis tudíin,
detestamo uis cearense.
In nóis, jogô munto ôvo,
maiando o nosso povo,
atingiu uis becolamense.

Munto do qui tu falô,
inté pode sê verdade.
Mais falô má duis custume,
da nossa cumunidade.
Intonce, diga você:
Qui diabo tu vêio fazê,
aqui na nossa cidade ?

Atingiu tombém o povo,
do querido seridó.
Falô má duis seus custume,
de sua fé; munto pió.
Maiô um povo tão bacana,
a sua fé in Santana,
e a Festa de Caicó.

Você, sobre nóis daqui,
munto ligêro aprendeu.
Disfrutô dais coisa boa,
e ligêríin s'isqueceu.
Qui véigonha, mama mia!
Essa tua ingrata fía,
cuspiu adonde cumeu.

Patrizia, tu s'isqueceu,
de agradicê numa prece,
a nossa hospitalidade,
qui pôca gente s'isquece.
Pois Natal recebe bem,
todo mundo qui aqui vem,
inté a quem num merece.

Sigundo o qui tu falô,
nossa cidade num presta.
Feia, suja e má cuidada,
de bom, nela, pôco resta.
Porém tudo o qui é de gringo,
é de domingo a domingo,
puraqui fazendo festa.

No ramo imobiliáro,
é grande a ispiculação.
A "gringaiáda" invadindo,
construindo in nosso chão.
Sua riqueza, porém,
de onde danado é qui vem,
aqui num se sabe não.

Veja, dona "PATRICINHA":
a cidade do Natal,
que tão bem lhe recebeu,
você lhe trata tão mal.
Vem lá da Cidade Eterna,
vive aqui, batendo perna,
na Cidade Espacial.

Se fosse no tempo antigo,
Roma Antiga, afirmo eu:
Com essa má educação,
que você apareceu.
Eu jurava na poesia;
qui tu vinha, minha fía,
fugida do Coliseu.

Eu num vi cumo elogio,
ais coisa qui tu falô.
Na amada Paraíba,
constantimente lá, vô.
Vô cumo um fío da terra,
decramá nuis pé de serra,
uis versos do trovadô.

Agora mermo eu tô indo,
mode um evento qui induiz,
mode arrecebê um prêmio,
do dom qui me deu Jesus.
Pois ganhei cum meu cordel,
e vô recebê o Troféu,
Prêmio Poeta Zé da Luz.

Tu pode tá integrada,
à cidade totamente.
Cunhece nossos custume,
munto mais qui fruentemente.
Entretanto nuis cunceito,
de educação e respeito,
tu éis prá lá de carente!...


Bob Motta
_________________________________________________
Karl Leite



Dunga
Diretor Executivo
SAMBA
Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências
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Karl Leite

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Bar da Amizade, Aluízio,
Bardallo's – Comida e Arte,
todos, do Beco, são parte,
eles, todos, dão homízio !
Em todos, sopra o alísio:
tem Pedrinho e tem Mãïnha,
- muita cana com farinha ! -
Bar do Chico, Bar de Odete,
Zé Reeira, Francinete,
Nazaré, da Meladinha !

Laélio/2005

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terça-feira, outubro 18, 2005

FOTOS PRATODOMUNDO

Karl Leite
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FOTOS PRATODOMUNDO

Karl Leite
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FOTOS PRATODOMUNDO

Karl Leite
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segunda-feira, outubro 17, 2005

FRANKLIN, TERTO, MAMULENGO

Karl Leite
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KHRYSTAL E BANDA NO PRATODOMUNDO

Karl Leite
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BECO DE TODO DIA

Karl Leite
Sonho e realidade cotidiana do Beco




domingo, outubro 16, 2005

II FESTIVAL GASTRONÔMICO DO BECO DA LAMA

Karl Leite
II PRATODOMUNDO

Seu Pedrinho

Karl Leite
II PRATODOMUNDO


Karl Leite
II PRATODOMUNDO



Karl Leite
II Pratodomundo


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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