Beco da Lama:
Buchada da Mãinha vence festival
Tribuna do Norte
Fim de Semana
11/11/05
O II Festival Gastronômico do Beco da Lama terminou no fim de semana passado com a missão cumprida: chamou atenção sobre o velho logradouro da Cidade Alta, e evidenciou a culinária dos botecos nordestinos. O prato vencedor não poderia ser melhor exemplo disso: a buchada sertaneja do Bar da Mãinha ganhou com louvor o “Prato do Mundo” 2005, seguida pelo baião-de-dois com sardinha ao molho de tomate do Bar do Seu Pedrinho (segundo lugar), e pelo carneiro com macaxeira do Bar do Nazaré (terceiro).
A “Mãinha”, Francisca Patrícia do Nascimento na carteira de identidade, não vê dificuldades na hora de fazer sua buchada. “É um prato do sertão. Vejo minha mãe fazendo ele desde pequena, foi com ela que aprendi”, conta a cozinheira, que nasceu em Natal, mas viveu boa parte da vida pelo interior, de Macau à Mangabeira. Para a buchada vencedora, Mãinha conta que não existiu nenhum segredo especial: temperou com alho, pimenta, cebola e cheiro-verde; pegou o picadinho interno do cordeiro (tripas, coração, etc.), costurou (com linha) e levou à panela. Simples assim, e agradou em cheio.
A buchada sertaneja não é um prato do dia a dia no Bar da Mãinha, portanto, ela recomenda ir apreciá-lo aos fins de semana. De fato, voltar para trabalhar após fartar-se com uma buchada não é muito prudente. Já com cinco anos desse ponto no Beco da Lama, a cozinheira não vê dificuldade em trabalhar com a ‘pesada’ buchada. Para ela, o único problema é o consumo da iguaria sertaneja: Mãinha não gosta de buchada. Segundo Eduardo Alexandre, diretor da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama, o resultado do festival foi ótimo. “Ficamos surpresos. Veio mais gente do que esperávamos, e boa parte nem era de freqüentadores do beco. Prova que a Cidade Alta ainda tem seus atrativos”, afirma.