sábado, novembro 12, 2005

NASI COM ABECH

Danielli Christinni


Apelido é assim: se chamar e o cara queimar ruim, começa a circular, circular, circular.
Chamaram-no de Letícia, sei lá porque, talvez pelo diadema que prende seus cabelos, e ele nem ligou. Depois, veio novo apelido, posto que dono de bar nunca se livra das pilhérias dos bêbados que vai deixando pelas mesas cheias de garrafas vazias: Siquilhim. Ou seria o efervescente e vitamínico C Ceklim?
O fato é que, dizem, uma turma andou por Caicó e lá deparou-se com personagem folclórica da cidade e alguém percebeu semelhança fisionômica.
E não deu outra: de Letícia a Siquilhim foi um pulo.
No Festival Gastronômico do Beco, o Pratodomundo, anunciados quatro pratos finalistas, o melhor percurso para a Comissão Julgadora era iniciar a degustação final pelo Bar de Nazaré.
O ponto etílico da Cel. Cascudo fervilhava, como, aliás, todo o Beco da Lama e suas adjacências.
A comissão entra e ninguém do bar acena com um Boa Tarde ou coisa que o valha, Nazaré enfurnada na cozinha, sem nada perceber.
- Siquilhim, a Comissão Julgadora está aí para o deguste final...
- E eu com isso? Ela que espere, porque estou ocupado, atendendo outros fregueses.
- Siquilhim, é a Comissão julgadora do Pratodomundo, homem de deus! Arrume aí uma mesa para o pessoal.
- Para mim, são todos iguais...
É claro que o quesito atendimento conta pontos para julgamentos dessa natureza.
Passada a festa, primeiros colocados ficando para Mãinha, Seu Pedrinho e Nazaré, esta inconformada com o terceiro lugar, Dunga chega ao bar e proclama:
- Por mim, o terceiro lugar ficaria com Lula Belmond, do Bardallos; o quarto com Dona Francinete e só o quinto lugar eu daria ao Bar de Nazaré... O atendimento aqui não tem sido dos melhores, com esse menino dando coices em todo mundo: bruto como Nasi e extemporâneo em suas respostas descabidas como Pedro Abech. Uma mula a distribuir impropérios a todo mundo, julgando-se o gênio da humanidade, como Franklin Serrão.
Da mistura, saiu novo apelido: Nabech. Combinação de Nasi com Abech.
E, esquecido de Letícia, Siquilhim agora queimou ruim.
- Nabech, me traga uma outra dose!
- Nabech o quê, filho da puta! Vamos acabar logo com isso, enquanto não dou um bofete num!
- Nabech, sai aí um carneirinho tipo à la Salão (Sales Felipe): magro, só no osso...
Enquanto o silêncio da Hora do Ângelus é interrompido pelo espocar dos rojões em comemoração ao início da festa de Nossa Senhora da Apresentação, nossa padroeira de Natal, Nazaré vem do balcão à rua, onde está nossa mesa, e inicia intimidativo carão:
- Lá em casa, nunca permiti que se apelidassem as pessoas. Isso é falta de respeito, falta de educação. Paulo Eduardo mesmo, quando era menino, não gostava quando o chamavam de “Circular”. Foi difícil convencê-lo de que essa coisa de apelido é apenas brincadeira. Brincadeira, mas que irrita as pessoas, não sendo, portanto, coisa para gente civilizada.
E voltou para a cozinha de cara amarrada, mais amarrada do que a de Nabech, o enredeiro, enquanto o apelido começava a circular, circular, circular...


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Alex Lemos


POEMAS DE MÁRIO HENRIQUE

Marcus Ottoni


Em entrevista à revista Época desta semana, o ex-superintendente do Banco Rural, Carlos Godinho, disse que os empréstimos de R$ 55 milhões da instituição para o PT foram feitos para não serem pagos. Segundo ele, os supostos empréstimos só teriam sido firmados para mascarar a entrada de dinheiro que viria de outras fontes.
Globo Online/CBN



Danielli Christinni

Bar de Nazaré, 5.11.05, IV etapa do II Pratodomundo

FREUDAM-SE

MEU EGO ESTÁ EGOÍSTA
DE TANTO SER ALTRUÍSTA
MEU EGO PERDEU-SE DE VISTA
PRECISO ENCONTRAR
O EGO CENTRO DE MIM?
É, EU NÃO NEGO
LEGO MEU EGO
ATÉ O FIM

Mário Henrique



ASSIM NÃO

SIM EU NÃO SEI DIZER NÃO
NÃO EU SÓ SEI DIZER SIM
SIM NÃO ME DIGA NÃO
NÃO NÃO ME DIGA ASSIM
QUE EU SOU UM SIM E UM NÃO
EU SÓ NÃO SEI DIZER SIM E NÃO
SIM EU PRECISO DIZER TALVEZ
NÃO TALVEZ NÃO SEJA ASSIM
EU SÓ QUERO PREFERIR
SER UM NÃO OU UM SIM

Mário Henrique



IN VOCÊ
IN MIM
IN NÓS
EXISTE UM IN CONTRO
QUE IN SISTE ACONTECER
NOS INS TANTES + OUTs

Mário Henrique



TODOS OS DIAS MORRO
EU MORRO ACIMA
EU MORRO ABAIXO
MORRRENDO ASSIM
SEPULTO A SINA
DE TER FIM...

Mário Henrique



PARALELA

DESAFIANDO A GEOMETRIA
QUEM SABE A GENTE
SE ENCONTRA AO FINAL DO DIA

Mário Henrique



QUEM COMPUTA SE ENVOLVE
COM VÍRUS SERÁ FERIDO...

Mário Henrique



FRITOS, COZIDOS, MEXIDOS OU HAMLETS

AS APARÊNCIAS EXCLAMAM
TER OU NÃO SER
EIS A EQUAÇÃO
HOJE SHAKESPEARE
SERIA FACÇÃO...

AS EXPERIÊNCIAS ENGANAM
SER OU NÃO TER
EIS A FRAÇÃO
ONTEM SHAKESPEARE
ERA DEUS E EXCOMUNHÃO...

AS EXISTÊNCIAS EMANAM
SER E NÃO SER
SERÁ A QUESTÃO
AMANHÃ SHAKESPEARE
VIVERÁ OU NÃO...

CARNE E ALMA
O OVO E A GALINHA
DIGA-ME SHAKE
EU TENHO OU TINHA?

NUNCA SEI SE HEI DE SER
OU PARECER SER ALGUÉM
SOU SÓ PALAVRA FERINDO
UM HOMEM SEVERINO
PORQUE HÁ MORTE E VIDA ALÉM
PORQUE A MORTE E A VIDA
SE VÊ INDO
SE VÊ IND
SE VÊ IN
SE VÊ I
SE VÊ...

Mário Henrique Araújo




sexta-feira, novembro 11, 2005

REGOZIGEM-SE!



ll DO ll

DIA DO CORNO


BUCHADA VENCE FESTIVAL

Karl Leite


Beco da Lama:
Buchada da Mãinha vence festival

Tribuna do Norte
Fim de Semana
11/11/05

O II Festival Gastronômico do Beco da Lama terminou no fim de semana passado com a missão cumprida: chamou atenção sobre o velho logradouro da Cidade Alta, e evidenciou a culinária dos botecos nordestinos. O prato vencedor não poderia ser melhor exemplo disso: a buchada sertaneja do Bar da Mãinha ganhou com louvor o “Prato do Mundo” 2005, seguida pelo baião-de-dois com sardinha ao molho de tomate do Bar do Seu Pedrinho (segundo lugar), e pelo carneiro com macaxeira do Bar do Nazaré (terceiro).

A “Mãinha”, Francisca Patrícia do Nascimento na carteira de identidade, não vê dificuldades na hora de fazer sua buchada. “É um prato do sertão. Vejo minha mãe fazendo ele desde pequena, foi com ela que aprendi”, conta a cozinheira, que nasceu em Natal, mas viveu boa parte da vida pelo interior, de Macau à Mangabeira. Para a buchada vencedora, Mãinha conta que não existiu nenhum segredo especial: temperou com alho, pimenta, cebola e cheiro-verde; pegou o picadinho interno do cordeiro (tripas, coração, etc.), costurou (com linha) e levou à panela. Simples assim, e agradou em cheio.

A buchada sertaneja não é um prato do dia a dia no Bar da Mãinha, portanto, ela recomenda ir apreciá-lo aos fins de semana. De fato, voltar para trabalhar após fartar-se com uma buchada não é muito prudente. Já com cinco anos desse ponto no Beco da Lama, a cozinheira não vê dificuldade em trabalhar com a ‘pesada’ buchada. Para ela, o único problema é o consumo da iguaria sertaneja: Mãinha não gosta de buchada. Segundo Eduardo Alexandre, diretor da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama, o resultado do festival foi ótimo. “Ficamos surpresos. Veio mais gente do que esperávamos, e boa parte nem era de freqüentadores do beco. Prova que a Cidade Alta ainda tem seus atrativos”, afirma.





terça-feira, novembro 08, 2005

CACHAÇA

Karl Leite

Secretário de Turismo Fernando Bezerril
degusta a Maria Boa no Pratodomundo

FOTOS DO PRATODOMUNDO NO
http://groups.yahoo.com/group/becodalama/


NOSSA MAIOR ALEGRIA

Karl Leite

Pedro Pereira:

- É o Beco!




domingo, novembro 06, 2005

OS NOSSOS AGRADECIMENTOS

Antonius Manso

Eduardo Alexandre, diretor executivo da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências

Em nome da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, aproveito o espaço deste Alma do Beco para agradecer a presença de todos e todas que prestigiaram o Pratodomundo - II Festival Gastronômico do Beco da Lama e também a todos e todas que tornaram possível a sua realização, em especial, a Eduardo Viana, da Agência Cultural do Sebrae, Amélia Freire, da Fundação José Augusto, Fernando Bezerril, da Sectur, Dácio Galvão, Capitania das Artes; pessoal da Sensur, Semurb e Urbana; a todos os músicos que animaram o evento; aos que participaram das Comissões Julgadoras; os que trabalharam nas peças gráficas; pessoal de som, palco e documentação; bem como todos os proprietários dos estabelecimentos que acreditaram e se dedicaram para o sucesso do mesmo e; a decisiva contribuição da mídia espontânea - jornalistas de rádios, TVs e jornais.
A todos e todas, os agradecimentos da SAMBA e a certeza de que juntos estaremos novamente no IV Carnabeco, a realizar-se no 3 de dezembro; e em nosso maior desafio do ano, que será a realização do I Reveiom do Beco da Lama e Adjacências.
A todos e todas, mais uma vez, os nossos muitos obrigados.

Eduardo Alexandre

Karl Leite

Mãinha e Nélio (Bar de Seu Pedrinho), respectivamente com a Buchada Sertaneja e o Baião-de-dois com Sardinha ao Molho de Tomate, ganharam o primeiro e o segundo prêmios do Pratodomundo 2005.


UMA PITADA DE SAUDADE

Marcus Ottoni


"Faz cinco meses que as CPIs estão funcionando, vão continuar funcionando da forma mais democrática possível e o resultado vai ser bom para o povo brasileiro."
Luiz Inácio Lula da Silva

Karl Leite

A buchada sertaneja, do Bar de Mãinha, foi a vencedora do Pratodomundo. O prefeito Carlos Eduardo provou e aprovou a culinária do Beco da Lama.

Meu querido Dunga,

Hoje acordei com uma dor de cotovelo danada.
Como não queria passar o dia pensando no Prato do Mundo, resolvi passear no China Town, ouvindo só chinês. Era chinês para todos os lados, não entendia nada que eles diziam, nem eles entendiam nada que nós perguntávamos. Parecia um país dentro de outro país: impressionante! Eles se agrupam e se multiplicam e aqui vivem sem precisar nem saber falar inglês. Nunca sabemos se eles estão alegres ou tristes, mas adoro passear pelo China Town. É tudo muito colorido. As lojas/mercados/bodegas têm de tudo que você possa imaginar. Eles gritam, fazem caretas e, depois de passear, passear, olhar, olhar e comprar um buda para me dar sorte, um vestido chinês pra Juliana e um saco de seeweed (aquele sargaço verde para fazer sushi), entrei num restaurante e pedi o cardápio. Tudo em Mandarim. Então, apontei para um dos pratos e aí veio, fumegante, uma sopa verde, cheia de uns pasteizinhos molinhos e brancos, recheados de camarão. E ali imaginei estar comendo um Prato do Mundo, acompanhado de uma Azuma Kirim, mas quase morro de rir quando Juliana disse:

- Mãe, prefiro uma buchada de bode!

Beijos, aguardando as fotos.



Dália

P.S.: Ao cruzarmos uma das ruas do China Town, de repente escutamos uma banda tocando. Olhei de longe e deu pra ver os músicos. Aí imaginei: lá vem os Muitos Carnavais (com o Príncipe Charles e Camilla), mas depois olhei novamente e era um enterro que passava. Quis ficar mais, escutando a banda que se aproximava, porém Juliana me puxou e disse ansiosa:

- Mãe, vamos procurar minha roupa chinesa!

O sol estava lindo. Quando pegamos um táxi pra voltar pro estacionamento, o motorista olha pra gente e pergunta:

- Vocês são brasileiras?

Karl Leite

Mãinha recebe do prefeito o seu Pratodomundo e o prêmio de R$ 600,00.
O Bar de Seu Pedrinho ficou em segundo lugar e o Bar de Nazaré em terceiro.



Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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