Márcia Maia
Deixem que se perca o poema
apenas pressentido
antes que o aprisione
a pena.
Deixem que flutue
assombrando as noites de poetas
que ainda não o são
e entre
confusos e encantados
se escusem às palavras.
Até que algum desavisado
julgando-se herdeiro da Musa
encerre-o em versos
desfazendo o fascínio da
multiplicidade
inesgotável
do sentir.
o teu corpo meu
comum a tantos olhos
não aos meus
mais um se em outros braços
não nos meus
teu corpo é-me perfeito
pelo fato simples
de a ele em perfeição se
ajustar o meu
em cada pelo em cada poro
em cada ruga em cada cicatriz
e por sabê-lo em mim e meu
(mesmo quando adormecido
corre despido por vales e mares
: só seus.)
Márcia Maia