segunda-feira, março 21, 2005

TEMPO DE BIS?



Para Carmelo

De todos os meus amores, um se mantém, sem fotos: só lembrança.
Recordações de entregas devolutas, volutas de cubanos esperando a chama de outras abordagens, inéditas, sussurradas, marcadas pela surpresa imposta pela libido; sugeridas e feitas, sem palavras a dizer assim.
Louco amor sem compromisso ou posse.
Santo amor santo de homem de deus sem batina, sem ordem ou desordem: só desejo e gozo recíprocos, pároco de Thaiti e noviça, em transe; frêmito.
Aquele jornal de tarde de poesia acendeu-me noites de juventude rebelde, desgarrada de igrejas.

Naveguei bares de saudade; deitei camas levadas pelas traças úmidas de tanto amor.
Frei confessor confessado: ficaste como parede de ruína que se mantém – a mais rígida, a mais forte; permanente num tempo que insistentemente se vai e esvai-se em mim, que não esqueço e emparedo.
Tomamos rumos distintos. Nossos destinos não nos quiseram em tempos de provação. Reencontrei-me na escrita que deixaste branda como alô sem eco.
Alô que reverbera em mim como a pedir tempo de bis.


Neuza Margarida Nunes
Pipa, 21 de Março de 2005, deitando sobre mim um jornal que me trouxe prazeres tidos como mortos.

por Alma do Beco | 10:45 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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