domingo, junho 26, 2005

DOR-DE-COTOVELO


Lupicínio Rodrigues

(ouvindo "Nervos de Aço")


Foi mesmo por estar tão magoado
ainda que refém do teu fascínio,
que ouvi por toda a noite Lupicínio,
falando ao meu peito machucado.

Sozinho... sem um amigo que me escute.
Apenas o silêncio da tristeza.
Dois dedos batucando sobre a mesa
e o gelo tilintando no vermute.

Calado o peito grita de dor tanta
e enquanto de ingrata eu te chamo,
ao mesmo tempo digo que te amo,
na voz que, rouca, trava na garganta.

O imenso desespero alonga a noite,
procuro evitar qualquer lembrança,
mas sinto a tua mão que me alcança
e o afago do passado hoje é açoite.

Soluço... não tem jeito... e desatino.
Vontade de abraçar-te neste instante,
viver de novo o beijo — tão distante...
contigo escrever um só destino.

Pedir perdão por tudo o que eu fiz,
e até do que não fiz pedir também.
Ouvir da tua boca "és meu bem!"
e ser pra sempre o homem mais feliz.
(...)
Preciso me deitar, já amanhece.
Sonhar tendo o teu corpo por regaço,
pois sei que até dormindo, se te abraço,
teu corpo, mesmo em sonho, me aquece.


Antoniel Campos

por Alma do Beco | 9:01 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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