segunda-feira, junho 20, 2005

A BANDA DO ATHENEU



Meados da década de cinqüenta. Tempo em que o Atheneu era Atheneu.
Fui aluno de Cascudo, Esmeraldo Siqueira, Luiz Maranhão, José Saturnino, Ivone Barbalho, Antônio Pinto de Medeiros e muitas sumidades mais. Fundador e orador do Centro Estudantil “Celestino Pimentel” - invenção de Hélio Vasconcelos, Jardelino Lucena e , entre outros, Claudius Fulvius dos Antoninus Pio da Câmara Cavalcanti de Albuquerque (ufa!), filho, “entendeu você”, do desembargador Floriano – também tirava onda ora como primeiro, ora como segundo “tarol” da Banda.
Não a chamávamos “marcial”. Intitulava-se assim a do Marista, odiada rival. A patota dos irmãos, no Sete de Setembro, desfilava cheia de alamares, fardas impecáveis, militarizada demais para o nosso gosto. Na briga entrava , também, um ano ou outro, a turma da Escola Industrial.
O Professor Celestino, sisudo, grave, falando pouco, por debaixo do pano, de julho até o desfile do Sete de Setembro, mandava dar nota oito a quem fosse escolhido para a Banda, nem que fosse mesmo para exercer a função de “cambiteiro”, um aprendiz, um carachué que apanhava e substituía as baquetas que caíam no chão... Era uma concorrência daquelas!
Passar o dia todo marchando, sem estudar um tico, se mostrando para as meninas do Feminino, na Jundiaí e, de propósito, passando, na hora da saída, em frente ao Colégio da Conceição, era bom demais!
Só não podíamos – nisso Celestino era severíssimo – pender para os lados do Marista, senão o pau comia com os “meninos da matinha”, viciados no mel das abelhas dos religiosos tarados...
Mas, de sacanagem, provocando, chegávamos perto, fazendo “alto” no final da Deodoro, quebrando baquetas, tocando com força redobrada, um esporro daqueles.
No dia Sete, farda engomada, instrumentos polidos, às encondidas, no outão, a cana comia frouxa na Livraria Atheneu. E íamos à luta!
Daquela era, muita gente já foi tocar no Azul... Mas lembro de dois jovens “cambiteiros” do meu tempo, hoje famosos, cada um deles no seu galho, no seu destino: o escritor e poeta Nei Leandro de Castro e o engenheiro e senador do PTB (epa!) Fernando Bezerra.

No Atheneu eu fui “tarol”
na Banda de Celestino


Fiz muita “fita”, farol,
desfilei na Deodoro,
só de lembrar quase choro:
no Atheneu eu fui “tarol”!
Marchava de sol a sol
mais de um mês, era menino...
Mas o orgulho supino
era vencer o Marista
- todo mundo era um artista
na Banda de Celestino !

Laélio Ferreira

por Alma do Beco | 4:13 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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