As mãos tocavam o fecho
da calça "Lee"
os dedos abriam o "zíper",
as mãos já nos quadris
desciam a calça levemente.
O corpo bamboleando
ajudava a calça a descer
roçando macio.
Aos poucos,
apareciam as coxas
carnudas, rosadas
contrastando
com o preto cintilante
no regaço.
A calça, já fora do corpo
é atirada ao chão
A moça senta-se suavemente,
abre as pernas
deita-se enfim.
A água do mar
no vaivém das ondas
molha seus pés
e o sol de Ponta Negra
bronzeia seu corpo.
De Cabeça
As meias palavras, as meias verdades,
a meia hora e o sim pela metade.
Todo meio-termo será nulo
e faço do quase a palavra que risco.
Seremos:
o em mim o em ti. Não mais tu ou mim.
A palavra erra não porque disse errado,
mas porque não disse.
Por isso eu digo agora: é de cabeça.
E nada será em mim sem que não sintas.
Por isso eu digo: é para sempre,
que o tempo é intensidade e não sucessão de horas.
Por isso eu: sim, levo-te comigo,
que já não vou ou fico
: tu és em mim permanência.
Vontade
Queria escrever um poema
colocar em palavras todo o sentimento
Queria que o sentimento te alcançasse
e que todas as palavras fossem só poesia
Queria que as palavras, o sentimento
e a poesia contida em cada gesto contido
te fizessem me ver
como eu queria
Verdade
Era um amor tão forte
Que o ciúme deitava e rolava
Na fronha, no laço
Era um amor tão sincero
Que a saudade fazia a cama
Brincava com manha sem cansaço
Era assim, amor verdadeiro
Hoje
pedaço de gelo.