Hugo Macedo, Léo Sodré, Miguel Mossoró,
Meire Gomes e José Torres
Eu bebo não para perder a razão, mas para vencê-la. Jamais serei alcoólatra: na bebida, não é o álcool que me atrai. Eu tomo o vinho porque antes o consagro. E nele me agrada a cor e o sabor – além de me lembrar Jesus e seus milagres. Aliás, é o próprio Baco quem todo dia me abre as garrafas.
Também na cerveja, não é o álcool que me encanta: é o lúpulo dourado e o reflexo do sol no copo transparente. Tomo-a porque envolve-me a sede, hidrata-me o corpo, fornece-me assunto. Também a consagro antes do primeiro gole, e o bar vira um barco e o barco vira um altar. Também, e principalmente, bebo-a porque a espuma me lembra Afrodite.
Como se vê, eu não bebo para perder a razão: eu bebo por outras razões…
Edson Marques
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Enviado por Márcia Maia