terça-feira, março 15, 2005

Instalação de Areia Preta continua repercutindo

Terça-feira, 15 de março de 2005.
Diário vespertino - Ano VIII - Edição Nº 2198 de terça-feira - Natal, RN - Brasil
O Jornal de Hoje


ABANDONO EM AREIA PRETA
Quebra-mar está sendo destruído
Semov garante que erosão não compromete os espigões. Caern assegura ainda para este ano a solução para evitar os esgotos na praia

Elaine Vládia Oliveira
Repórter

O abandono na praia de Areia Preta é tão acentuado que além do esgoto derramado no mar, alvo de críticas sábado passado por poetas, o quebra-mar construído há cerca de três para evitar transtornos como o afundamento do calçadão e do asfalto já está praticamente destruído, sem qualquer providência do poder público. No entanto, a Caern e a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Semov), responsáveis pela rede de esgotamento e espigões, respectivamente, se defendem.
O secretário municipal de Obras e Viação, Damião Pita, tranqüiliza a população com relação ao quebra-mar. Segundo explica, as pedras estão se acomodando e até o momento não há qualquer problema em decorrência disso. Apesar de uma parte já estar sendo destruída, o secretário frisa que o obstáculo não foi feito para o passeio de pedestres e desde que foi construído o mar passar sobre a “parede”.
Damião Pita observa que há uma intenção da prefeitura transformar a região dos “espigões” de Areia Preta em uma área urbanizada - a exemplo do que foi feito na praia da Redinha. Mas por enquanto, comenta, isso não é possível por causa da falta de recursos. "Estamos tentando dinheiro junto ao Ministério da Integração, mas ainda não conseguimos. É muito dinheiro, cerca de cinco milhões de reais e a prefeitura não tem", enfatiza. O secretário ressalta que passou pelo local esta manhã e garante que não existe nenhum risco aparente de desabamento do quebra-mar.
Já o gerente da Regional Natal/Sul da Caern, Isaías de Almeida Costa Filho, destaca que a solução definitiva para o problema de água servida no mar deve acontecer este ano. Ele observa que a questão será resolvida quando o órgão começar a construir o restante da rede de esgotamento sanitário do bairro de Mãe Luiza (faltam 92%).
Isaías comenta que a reclamação dos moradores de que água servida é jogada no mar durante à noite é pertinente, mas faz uma ressalva. Ele observa que a Caern tomou uma medida paliativa para amenizar a situação, usando sua estação de bombeamento, localizada debaixo do relógio do sol (no calçadão), para receber além de água de esgoto, água servida que vem das galerias pluviais. O problema, alega, acontece quando chove e o volume de água aumenta exageradamente. Com isso, a estação não tem condições de receber essa quantidade e um operador da companhia desfaz a manobra hidráulica, fazendo com que essa água vá toda para a praia.
Isaías Filho destaca, no entanto, que essa água não é de esgoto, mas sim de lavagem de roupa, pratos e banhos. O fato acontece, segundo o funcionário da Caern, por causa da situação financeira difícil dos moradores de Mãe Luiza, que temem despejar a água servida nas fossas pequenas, deixando escorrendo nas ruas, invadindo as galerias pluviais, que deveriam ser apenas para a água de chuva.
Isaías ressalta, no entanto, que ainda no primeiro semestre deste ano começa a fazer o restante da rede de esgotamento sanitário e avisa que quem colocar água servida nas galerias pluviais após esse investimento será autuado pela Covisa, Ministério Público e será fiscalizado pela Caern. Sobre o fato dos moradores dizerem que a Caern deixa a água servida escorrer todas as noites para o mar, ele desmente. Segundo ressalta, a orientação é de que esse procedimento só seja feito quando chover. "Eu não sei se isso acontecer. Em fevereiro eu estava de férias, mas pode ter acontecido do funcionário entender que ia chover e ter feito a manobra hidráulica porque estava neblinando", opina.
O gerente também garante que os prédios localizados na orla não estão enviando esgoto e água servida para o mar, mesmo porque estes já estão ligados à rede coletora (saneamento). Ele também desmente que estejam ocorrendo problemas com relação aos hotéis da Via Costeira. A única situação mais visível, disse, é próximo ao hotel Pirâmide e mesmo assim Isaías frisa que acontece também por causa da água de lavagens de roupa e pratos, que descem do bairro de Mãe Luiza naquela altura da via costeira. Isaías Filho enfatiza ainda que os hotéis estão constantemente sendo fiscalizados pelo Idema e Semurb.
A assessoria de comunicação da Caern informou que os recursos para completar a rede de esgotamento de Mãe Luiza já estão assegurados dentro das verbas do pró-saneamento e o convênio com a Caixa Econômica Federal já foi assinado. Os recursos são da ordem de R$ 2.226.779,00, para a construção de 5.900 metros de rede de esgotamento.


Melhorias
Caern investirá R$ 450 mi em dois anos
Dinheiro será utilizado na ampliação da rede de água, na construção de adutoras e no saneamento de Natal e de cidades do interior
Após alinhar as dívidas de R$ 312 milhões, "herdadas" pelo governo passado, a Caern vai incrementar os investimentos em ampliação da rede de água, construção de adutoras e obras que deverão aumentar até 2006 a área saneada na capital e no interior. Segundo o diretor-presidente da companhia, Pedro Augusto Lisboa, a expectativa é aplicar nos últimos dois anos da administração Wilma de Faria cerca de R$ 400 milhões.
"Nos dois primeiros anos, tínhamos um passivo na ordem de R$ 312 milhões, publicados no balanço da Caern. Primeiro tivemos de equilibrar as finanças, tornar nossa economia administrável e, depois, correr atrás dos financiamentos para as obras", justificou Lisboa, ressaltando que essa dívida que a companhia contraiu ao longo dos anos e deixou para o atual governo daria para construir duas pontes Forte-Redinha.
Do total disponível para investimentos, parte vem do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur II), do Programa Pró-Saneamento, feito com a Caixa Econômica Federal , e também com o banco alemão KFW. Esse último vai garantir a implantação do sistema de esgotamento sanitário da zona oeste de Natal - Quintas, Felipe Camarão, Bom Pastor, Cidade Nova, Nova Cidade, Guarapes e Km-6 - um total de R$ 53 milhões. "Esse projeto está no Senado Federal, em vias de aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça. Trata-se de uma área que sofre grande agressão no solo, onde no máximo existem fossas sépticas", disse o diretor-presidente da Caern.
Com a ajuda do Programa Pró-Saneamento, será garantido o tratamento dos esgotos lançados "in natura" no canal do Baldo, provenientes de bairros como Tirol, Petrópolis, Cidade Alta, Rocas, Santos Reis, Ribeira, Alecrim, Barro Vermelho, Lagoa Seca e Lagoa Nova. Somente esse projeto vai custar R$ 61 milhões e é considerada a principal obra para 2005, afirmou Pedro Lisboa. "Serão contemplados com esse projeto 320 mil habitantes", calculou.
Também inseridos no Pró-Saneamento, estão o tratamento de esgotos de Mãe Luíza (R$ 2,29 milhões) e Candelária (R$ 2,98 milhões). No primeiro caso, em duas semanas o canteiro de obras será instalado. Em Candelária, já foi dada ordem de serviço.
Somente o Prodetur II vai injetar R$ 57 milhões, viabilizando as obras de esgotos na Redinha (R$ 11,8 milhões), Capim Macio (R$ 22 milhões), Pirangi, Cotovelo e Pium (R$ 20 milhões), Tibau do Sul e Pipa (R$ 3 milhões), além da ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos em Ponta Negra (R$ 200 mil). Para esses projetos, a contrapartida do Estado será de mais de R$ 12 milhões, no caso do Pró-Saneamento, e entre R$ 15 milhões e 18 milhões, nos contratos com o KFW e o Prodetur II.

ADUTORAS
No interior, serão as adutoras as principais obras dos próximos dois anos, conforme o diretor-presidente da Caern. "Até o final de março, queremos dar ordem de serviço para a construção da adutora Japi, situada no Agreste-Trairi, divididas em três trechos e atendendo a sete cidades", disse Lisboa. No primeiro trecho, em Japi, serão 27 quilômetros; o segundo, cuja licitação do material está em andamento, terá 30 quilômetros de extensão e atenderá Serra de São Bento e Monte das Gameleiras, até o final de junho; e o terceiro trecho, com 100 quilômetros de extensão e que vai atender o maior número de cidades - São Bento do Norte, Trairi, Coronel Ezequiel, Jaçanã e Campo Redondo - custando R$ 22 milhões. Essa última etapa ainda não foi licitada, mas está programada para ser construída em junho.
A adutora Boqueirão, no Mato Grande, custará R$ 18 milhões e captará água da lagoa Boqueirão, entre Touros e São Miguel do Gostoso, distribuindo para Parazinho, Pedra Grande, São Bento do Norte e Caiçara do Norte, além de 15 comunidades rurais.
Também está programada a ampliação da adutora de Espírito Santo, que dobrará para 300 milímetros sua capacidade de vazão. "Essa adutora foi construída há 30 anos e hoje está insuficiente para manter o abastecimento de cidades como Várzea, Santo Antônio e Passagem.

Saneamento
Pelo menos sete cidades serão saneadas nos próximos dois anos, garantiu a Caern. Macau, que já dispõe de 50% de saneamento, terá a estrutura completa até o final do ano, um investimento aproximado de R$ 6 milhões. Pau dos Ferros, Nova Cruz, Jardim de Piranhas, Pendências, Macaíba, Caicó e Mossoró também ganharão obras nesse sentido.
"A governadora quer deixar 44% do Estado saneado, quando hoje apenas 17% da área encontram-se nessas condições. Em Natal, a expectativa é ficar 60% saneada. Hoje são 33%, mas apenas 13% dos esgotos são tratados", informou Pedro Lisboa.

por Alma do Beco | 5:45 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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