sobre os sinais, nada a dizer, porque sentidos. começo a explicá-los (tentar entendê-los) e um infinito surge entre o que é e o que se diz. como dizer que o fulcro habita onde tu falas de viés? como provar que o que fere reside naquilo que soslaias? que tergiversas e minimizas? e mais: sorris. sorris para que não paire mesmo nada sobre aquilo que de fato importa. mas, então, por que dizer? resposta: porque há aquela necessidade de deixar rastros. talvez como um pedido de socorro: venha, ainda há tempo. talvez como um alerta: veja, não há mais tempo. ou nenhum dos dois: eu vou te dizer isso, vou te dar esses sinais porque dizê-los dá-me prazer. regozijo-me em dizer e pouco me importa (ou me importa só um pouco) se percebes ou não. em mim (que pena), todavia, isso: a compulsão em admitir a primeira alternativa: venha, ainda há tempo.
Antoniel Campos