terça-feira, março 15, 2005

A rifa do peru

Cantinho do Zé Povo - Bob Motta
bobmottapoeta@yahoo.com.br
O Jornal de Hoje 12/13.03.05

Tribuna do Norte

Das figuras folclóricas de Natal, existem aquelas que além da saudade, deixaram nas prateleiras das nossas memórias, verdadeiros mananciais de causos e/ou presepadas, como é o causo do nosso querido e mui saudoso Zé Areia. Sempre nas sexta feiras, na parte da tarde, quando o movimento dos seus clientes da barbearia estava devagar, quase parando, Zé inventava um artifício para angariar dinheiro e fazer sua feira no sábado. Pois bem! Numa dessas sexta feiras, eis que nosso personagem, sem ter mais o que inventar, cismou de rifar um peru. Comprou uma folha de papel pautado, numerou de cima à baixo, e saiu em peregrinação pelas lojas da Ribeira velha de guerra, onde os lojistas, na sua totalidade, compraram bilhetes, mais para ajudá-lo do que para concorrer ao prêmio. E Zé Areia, na sua peregrinação, subiu a ladeira da Av. Rio Branco em direção ao Grande Ponto,onde vendeu mais alguns bilhetes da rifa do bendito peru, e empreendeu sua volta à Ribeira. No caminho, deu de cara com um figurão da sociedade natalense, do qual não lembro o nome, também seu cliente da barbearia, ao qual ofereceu o bilhete da rifa do peru:
- Dr. Fulano; me compre a rifa de um peru cevado! O bicho já está com bem dez quilos...
O figurão, embora sabendo que iria comprar para ajudar Zé Areia, resolveu fazer gozação e lhe respondeu:
- Zé, rapaz; eu gostaria imensamente de lhe ajudar comprando o bilhete da rifa do seu peru, mas não posso, devido a ter um problema conjugal muito grande. Minha mulher está com a mania de fazer sexo com tudo que é de animal que eu levo pra casa, e se eu ganhar esse peru, em vez de sorte, vou ter é azar...
E Zé Areia, que jamais deixou passar uma oportunidade dessa em branco, argumentou:
- Não seja por isso, Dr. Fulano! Pode comprar sem medo, pois peru, que eu saiba, não cruza com galinha de jeito nenhum!...
O Dr. deu uma gaitada pra lá de escandalosa e comprou o restante dos bilhetes que faltavam serem vendidos...

por Alma do Beco | 8:52 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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