segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Vida nova ao Beco da Lama



Tribuna do Norte, Iano Andrade

O TRADICIONAL Beco da Lama, na Cidade Alta, conta com amigos especiais que lutam para o resgate de sua história e livrá-lo da decadência em que se encontra


11/04/2001

De uns tempos para cá, convencionou-se falar na revitalização da Ribeira como algo de extrema necessidade e viabilidade, que serviria inclusive para alavancar o turismo local. A recuperação das fachadas da rua Chile foi o começo, de um processo que ainda está engatinhando.

A Cidade Alta, como primeiro bairro de Natal, e onde estão localizados vários prédios históricos, também pede uma observação mais apurada sobre sua arquitetura. Além dos exemplares preservados, tais como os palácios Felipe Camarão e Potengi, Instituto Histórico e Geográfico, Museu Café Filho, praça André de Albuquerque e Igrejas Nossa Senhora da Apresentação e Santo Antônio, faz-se necessário preservar casas e fachadas de estabelecimentos comerciais.

No sentido de promover o centro da cidade, nasceu a Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Samba), sob a presidência do médico João Batista de Lima Filho, o Zizinho. A entidade está ultimando os trâmites da oficialização, e tem como principal objetivo o resgate do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural da Cidade Alta.

Como não poderia deixar de ser, o grupo se reúne em um dos bares do Beco da Lama (rua José Ivo, paralela à Rio Branco). "Precisamos contar com apoio de órgão ligados à preservação, como o Iphan, e também com a parceria dos comerciantes do bairro", afirma Zizinho.

Marcelo Barroso
Tribuna do Norte
CASA DE estilo neoclássica, construída em 1903, foi doada ao Instituto Histórico e Geográfico e abriga anexo da entidade
Os contatos já estão sendo feitos e há também a idéia de projetos sociais voltados para os meninos que vivem nas ruas do centro. Dotando o bairro de vida cultural e noturna, como nos velhos tempos de boêmia, Zizinho acredita que a novidade irá atrair os turistas.

Gestos isolados de pessoas da sociedade civil também podem contribuir para a reorganização da Cidade Alta, como aconteceu recentemente quando a jornalista Angélica Timbó doou um imóvel para o Instituto Histórico e Geográfico do RN.

Ela era proprietária de uma casa de estilo neoclássico, construída em 1903, situada na rua da Conceição, em frente ao Instituto. Inicialmente, ela tentou vendê-la, através de lei de mecenato, à entidade, mas as tramitações estavam demorando muito e Angélica decidiu, com o apoio da família, fazer a boa ação.

"Eu não sou uma pessoa rica, mas como sempre fui ligada à cultura, fiz esse gesto em prol da valorização da cultura do nosso Estado", diz. Ela morou 21 anos no exterior e citou que é muito comum as pessoas tomarem esse tipo de atitude.

Ao instituto, a jornalista, que mantém em Nísia Floresta a Fundação Cultural Teodora Oliveira, fez algumas exigências, como a manutenção da fachada, e ocupação imediata, o que está sendo cumprido.

por Alma do Beco | 8:50 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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