segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O livro de Deífilo Gurgel



Tribuna do Norte 16/12/2001
Carlos de Souza

Estou com os originais do livro Areia Branca - A Terra e a Gente, de Deífilo Gurgel. É o trabalho mais extenso e mais completo sobre Areia Branca que já tive a oportunidade de ler. O livro já foi aprovado pela Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, mas o autor ainda não tem um patrocinador.

Vou dar uma de ignorante aqui e explicar mais uma vez o que é essa lei. O artista escreve um livro, no caso de Deífilo Gurgel, apresenta a um conselho que decide se o trabalho merece ou não o auxílio da lei. Depois, o artista sai com o pires na mão, à procura de um patrocinador. Esse cidadão, que geralmente é um empresário de grande poder e riqueza, pode utilizar a lei para abater o montante do patrocínio no imposto de sua empresa.

Mas não tem sido muito fácil encontrar o empresário que compreenda direito o alcance dessa lei. Geralmente, o sujeito acha que está prestando um grande favor ao artista, ou até lhe dando uma esmola. Não entende que sua empresa sai ganhando com o incentivo direto da lei, com a imagem vinculada a um trabalho cultural de qualidade e com o serviço que estará prestando à cultura do lugar onde sua empresa está operando.

Este livro de Deífilo Gurgel tem urgência de ser publicado. É de grande importância para a cultura do Estado, de um modo geral, e para o município de Areia Branca, em particular. As grandes empresas ligadas à extração de sal e petróleo que operam em Areia Branca poderiam muito bem participar deste grande empreendimento cultural (incluindo-se aí a própria Petrobras). Não estariam fazendo favor a ninguém a não ser a si mesmas.

Agora vamos ao livro. Deífilo Gurgel fez um apanhado de tudo que diz respeito à geografia, história, economia, transportes, política, educação, cultura, religião e até a genealogia de algumas famílias importantes do município em estudo. Ficou um livro denso, cheio de informações, definitivo para a época atual, mas também abrindo veredas para futuros estudos. Quem for ler esse livro, não se espante de não encontrar um daqueles sisudos compêndios históricos sobre uma cidade. Nada disso.

O autor recheou o livro com uma série de artigos, poemas, depoimentos, anedotas, lembranças, "causos" e tudo que torna deliciosamente fascinante a cultura daquele povo da região salineira. É um manancial formidável de informação. O escritor passou nada menos que 13 anos pesquisando, ouvindo pessoas, selecionando material, anotando tudo que considerava interessante em suas múltiplas viagens à Areia Branca e até mesmo aqui em Natal junto à comunidade areiabranquense.

O resultado é esse trabalho que li com emoção, às vezes com alegria, outras com tristeza, ao comparar o passado com a realidade atual. Espero que um dia esse livro de Deífilo Gurgel figure nas estantes das bibliotecas escolares e sejam ensinadas aos jovens as coisas de sua gente que estão ficando esquecidas. E que Areia Branca não seja para sempre apenas um melancólico porto, a meio caminho de Fortaleza, no fundo do quintal de Mossoró.

por Alma do Beco | 4:28 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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