Após os bondes puxados a burro que circularam em Natal a partir de 1908 no trecho que ia da rua Dr. Barata até a praça Padre João Maria, na Cidade Alta, o próximo transporte coletivo de Natal foi o bonde elétrico. Enquanto o bonde puxado a burro durou pouco mais de dois anos, o bonde elétrico circulou nas ruas de Natal, um total de 50 anos.
Em 1910, foram iniciados os estudos para instalação dos bondes elétricos. A empresa de melhoramentos de Natal, Vale Miranda&Domingos Barros contratou com a municipalidade o empreendimento, mediante empréstimo externo da França. Um ano depois, no dia 2 de outubro de 1911, são inaugurados com as mesmas solenidades, os serviços de bondes elétricos na cidade de Natal.
O progresso foi notável e as linhas começaram a se estender: em novembro de 1911, inaugura-se a linha para o Alecrim 1; em agosto de 1912, os bondes chegam a Petrópolis. Em agosto de 1913 inaugura-se nova linha que, partindo da avenida Rio Branco chegava ao Tirol onde está o Aéro Clube e; em 1º de fevereiro de 1915, à praia de Areia Preta.
Decadência
Infelizmente, aí parou o progresso da Companhia com a desfeita da sociedade Vale Miranda & Barros. O serviço de viação urbana passou para a Empresa de Tração Força e Luz que, desinteressando-se pelo empreendimento, relegou o serviço de bondes a segundo plano, tornando-se deplorável.
Aos poucos, os bondes foram diminuindo, piorando, caindo a sua utilidade em meio a tantas reclamações. A Companhia não atendia às reclamações populares, chegando ao ponto de, em 1920, o governador mandar executar judicialmente a companhia concessionária, tendo o gerente alegado falta de recursos, abandonando a empresa que ficou paralisada por cerca de dois anos.
Houve intervenção, quando recomeçaram os trabalhos, precariamente, em 14 de setembro de 1923. Em agosto de 1927, a Prefeitura Municipal recebe e põe em tráfego novos bondes elétricos importados. Em outubro de 1930, o governo entregou esses serviços às empresas elétricas brasileiras, que os manteve até sua extinção em 1960.