quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Durante 50 anos, o principal transporte de Natal



Carlos Pimentel Mendes

Após os bondes puxados a burro que circularam em Natal a partir de 1908 no trecho que ia da rua Dr. Barata até a praça Padre João Maria, na Cidade Alta, o próximo transporte coletivo de Natal foi o bonde elétrico. Enquanto o bonde puxado a burro durou pouco mais de dois anos, o bonde elétrico circulou nas ruas de Natal, um total de 50 anos.
Em 1910, foram iniciados os estudos para instalação dos bondes elétricos. A empresa de melhoramentos de Natal, Vale Miranda&Domingos Barros contratou com a municipalidade o empreendimento, mediante empréstimo externo da França. Um ano depois, no dia 2 de outubro de 1911, são inaugurados com as mesmas solenidades, os serviços de bondes elétricos na cidade de Natal.
O progresso foi notável e as linhas começaram a se estender: em novembro de 1911, inaugura-se a linha para o Alecrim 1; em agosto de 1912, os bondes chegam a Petrópolis. Em agosto de 1913 inaugura-se nova linha que, partindo da avenida Rio Branco chegava ao Tirol onde está o Aéro Clube e; em 1º de fevereiro de 1915, à praia de Areia Preta.

Decadência

Infelizmente, aí parou o progresso da Companhia com a desfeita da sociedade Vale Miranda & Barros. O serviço de viação urbana passou para a Empresa de Tração Força e Luz que, desinteressando-se pelo empreendimento, relegou o serviço de bondes a segundo plano, tornando-se deplorável.
Aos poucos, os bondes foram diminuindo, piorando, caindo a sua utilidade em meio a tantas reclamações. A Companhia não atendia às reclamações populares, chegando ao ponto de, em 1920, o governador mandar executar judicialmente a companhia concessionária, tendo o gerente alegado falta de recursos, abandonando a empresa que ficou paralisada por cerca de dois anos.
Houve intervenção, quando recomeçaram os trabalhos, precariamente, em 14 de setembro de 1923. Em agosto de 1927, a Prefeitura Municipal recebe e põe em tráfego novos bondes elétricos importados. Em outubro de 1930, o governo entregou esses serviços às empresas elétricas brasileiras, que os manteve até sua extinção em 1960.

por Alma do Beco | 12:36 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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