quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Um pouco de noite

Marcelus Bob
Mercelus Bob

Da noite resta um pedaço. Márcia Maia

Ainda é madrugada na sacada salobra sobre curvas do Potengi.
A lua, ali, dá-me adeus, prometendo voltar inteira quando, noitinha, o sol se for. Inda me resta um pedaço pouco de uma noite que não se foi inteira. Levo-me aos espelhos, onde me fecho em pedaços, tetradona de virtualidades somadas em sonhos que fiz de mim.
Neles, sei esconder meus pecados, meus descaminhos.
Os anos passaram-se e ainda sou a mesma, só eles mudaram. Os frascos de essências me acompanharam; mantêm a aparência polida de outrora, embora tragam novas fragrâncias.
No cristal das rosas, mantenho vivo o galho seco de anos de espera, depois de pétalas caídas; folhas lavadas por esperas de todo dia.
Depois que partistes, um adeus sem resposta postou-se à porta do meu quarto frio. Eu sabia que seria para sempre.
Levastes contigo a minha sede de entregas felizes; deixastes o travo que em mim fez-se silêncios, solidão.
Resta-me, no entanto, um pouco de noite. E num pouco de noite ainda é possível sonhar.

Neuza Margarida Nunes
Barro Vermelho, Natal/RN, 25 de Janeiro de 2005

por Alma do Beco | 1:01 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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