P R E F Á C I O
Antoniel Campos, técnico de edificações e engenheiro civil, já se tornou conhecido nos círculos intelectuais natalenses, através do seu livro de poesia, Crepes & Cendais, obra publicada em 1998.
Agora, movido pelo espírito de comemorações do IV Centenário da Cidade do Natal, o poeta Antoniel Campos vem brindar o público leitor, com o poema NATALENSES. Na realidade, Natal já merecia ter o seu poema, isto é, uma composição poética de certa extensão, com enredo e ação.
Através da epopéia NATALENSES, ressurgem os mais diversos aspectos da nossa Capital, que marcaram os 400 anos de sua Geografia, História, Sociologia e Urbanismo.
No que diz respeito à natureza natalense, Antoniel Campos faz menção ao vento, às dunas, às gamboas, aos montes, ao mar bravio, aos rios e lagoas. Faz ele referência aos nossos velhos indígenas, divididos em dois grupos étnicos: os potiguares e os tapuias. Relembra a aldeia do Potiguaçu (Camarão Grande), à margem esquerda do Potengi.
A chegada de Manuel Mascarenhas Homem, capitão-mor da conquista do Rio Grande, então sob o domínio dos traficantes franceses. O capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho, que veio ajudar na conquista do território. O levantamento da Fortaleza da Barra do Rio Grande, cuja planta foi traçada pelo padre Gaspar de Samperes. João Rodrigues Colaço e Jerônimo de Albuquerque. O padre Francisco Pinto, devotado jesuíta. O tratado de pazes com os potiguares, ocorrida na Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
A invasão holandesa (8 de dezembro de 1633), o comandante da fortaleza, Pero Mendes de Gouveia, o General van Keulen, Jaguarari, fiel aliado dos portugueses. O Castelo Keulen, o Engenho Potengi, Janduí, Rei dos Tapuias. O Engenho Cunhaú, o Padre Soveral, o alemão Jacob Rabbi. Uruaçu, o Padre Ambrósio Francisco Ferro, os Mártires de Cunhaú e Uruaçu, que serão beatificados no Ano 2000.
A evolução de Natal, com o Outeiro, a Cacimba de São Tomé, a Lagoa da Campina, a Olaria, o Porto da Redinha, o Caminho do Rio de Beber Água, o Pelourinho, a Casa de Câmara e Cadeia. Rua Grande, a Praça André de Albuquerque, a Igreja Matriz, a do Rosário e a de Santo Antônio. Rua do Fogo, das Laranjeiras, Passo da Pátria, Rua do Comércio. O Baldo. Cidade Alta e Ribeira. Xarias e Canguleiros.
A inutilidade da Revolução de 1817, com o sacrifício das vidas do Pe. Miguelinho e de André de Albuquerque Maranhão.
Os visitantes ilustres de Natal: Maurício de Nassau, Governador do Brasil Holandês, o britânico Henry Koster, o Conde D’Eu, as personalidades que aqui estiveram, no tempo da 2ª Guerra Mundial. Os poetas, os jornais, os intelectuais, com enfoque especial para o mestre Luís da Câmara Cascudo.
O progresso natalense, no século XIX: lampiões a querosene, a construção do Atheneu, o primeiro teatro, o primeiro hospital, o ensino escolar, o cemitério do Alecrim, os palácios do Governo, o cemitério dos Ingleses, na Redinha.
As primeiras fábricas que surgiram em Natal. Em seguida, o progresso que acompanhou o século XX: a criação da Cidade Nova (Petrópolis e Tirol), colégios, o Teatro Carlos Gomes (hoje, Alberto Maranhão). O Padre João Maria, o santo natalense. Alberto Maranhão, o modernizador de Natal. O bonde a burro, ligando a Ribeira à Cidade Alta. Dr. Januário Cicco e sua maternidade modelar. A Escola Normal, o Grupo Escolar Frei Miguelinho. O bonde elétrico. O atual prédio da Prefeitura Municipal. O voto feminino. Os vôos dos pilotos europeus. O Presidente Lamartine e o surgimento do Aero-Club. A visita do Graff Zepelin. As obras do cais. A Condor com seus hidroaviões.
A criação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Prefeito Djalma Maranhão e a sua política de cultura popular.
Estes e muitos outros aspectos da nossa terra e do nosso povo, figuram no poema NATALENSES, fruto da criação poética de Antoniel Campos.
Estão de parabéns, o Autor, a terra natalense e o público amante da poesia, com o lançamento de NATALENSES...
OLAVO DE MEDEIROS FILHO
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras