“O que aconteceu na Câmara é o novo PT em ação. Desta vez, não dá para dizer que o Lula não sabia, nem que foi obra do Delúbio. Com três CPIs, Corregedoria e Conselho de Ética investigando denúncias, não houve pudor em recorrer aos mesmos métodos do "mensalão".
Senador Pedro Simon (PMDB-RS), sobre as ações do governo para conseguir eleger Aldo Rebelo (PC do B-SP).
João Maria Alves
Praça André de Albuquerque
- Meu pai foi rei!
- Não foi!
- Foi...
- Meu pai foi rei!
- Não foi!
- Foi...
Do http://www.cidaugusto.com.br/
Galeria do Povo: A Arte que Faz bem
A Galeria do Povo representa toda a neurose dos artistas de Natal. Eu sinto nos sábados e nos domingos uma procura no lugar da Galeria do Povo por uma desrepressão danada. Pessoas que eu nunca imaginei que fizessem arte demonstrando as suas idéias com um pouquinho mais de integridade do que o que se vê por aí.
A Galeria representa aspirações acumuladas das pessoas que se envolvem com arte. Ela nasceu da necessidade de se mostrar arte para o povo em um contato que criará um movimento de descoberta das potencialidades que pessoas têm guardadas dentro de si.
Todas as manifestações artísticas estão sendo aceitas. Não temos discriminação contra qualquer linha de arte. O nosso intuito é fazer com que as pessoas que tenham alguma sensibilidade artística se liberem do imobilismo generalizado existente.
Por a Galeria do Povo admitir todas as linhas artísticas, ela se torna uma coisa discutida, uma coisa papeada. São mãos que se juntam à procura de um denominador comum em contraposição à heterogeneidade apresentada.
Eu sei que aqui em Natal existem muitas pessoas pensando dessa maneira. Agora, o que falta nelas é o pique, é a coragem do contato com o povo. Estão ainda com muita marginalização na cabeça, pensando que a sua criação vai ser espezinhada pelo próprio povo.
O que a gente tem de fazer é justamente sair da limitação caótica. Mostrar abertamente as nossas ambições sonhadoras. Se envolver com a criatividade da Galeria Povo.
As pessoas ainda permanecem com muito medo de saltarem dos seus carros para olharem a Galeria. Acho isso angustiante. Eles mesmos criam a marginalidade que jogam pra cima da gente, invertendo as pontas da sensibilidade – característica predominante de quem não se interessa em esclarecer.
O dever do artista é criar espaços para o povo se meter dentro deles. E o povo se sentir com mais energia de enfrentar o dia seguinte. Ele, fazendo um pouquinho disso, estará fazendo um bem danado.
Carlos Gurgel
A República, domingo, 4 de dezembro de 1977