segunda-feira, setembro 26, 2005

GALINHA DE GRANJA X GALINHA CAIPIRA

Marcus Ottoni


“Como foram recursos de empréstimos tomados num banco e foram repassados fora da prestação de contas, há uma ilegalidade aí que vai ser punida pela Justiça.” Tese do Deputado José Dirceu, deputado federal, ex-presidente do PT e ex-ministro do governo Lula.




RAZÃO DA BUSCA


Saber
O sentido do verso,
No aberto,
Na amplidão.


Razão,
Da minha busca.
Amante.
Gigante.
De mãos e mãos !

Eduardo Alexandre


GALINHA DE GRANJA X GALINHA CAIPIRA

Foi no Bom Dia Brasí,
qui incrontei inspiração.
Na matéria apresentada,
a toda nossa Nação.
De norte a sul, leste a oeste,
do litorá p'ro sertão.

Falava sobre o manejo,
qui o hôme do campo manja.
Tira da dificurdade,
a solução e se arranja.
Pru mode criá galinha,
seja caipira ô de granja.

Na minha imaginação,
eu inxéigo craramente,
uma discussão da bixiga,
que agitô o ambiente.
E vô contá prá vocêis,
uma peleja deferente.

Direcionei a mente,
e apontei sua mira,
prá dento de um galinhêro,
onde brigava na ira,
uma galinha de granja,
cum uma galinha caipira.

De Granja:
Tu é uma galinha otára,
véve numa eterna luta.
Mode arrumá o qui cumê,
de menhã à noite é puta.
E prá cagá o qui come,
bota uma fôrça bruta.

Caipira:
Tua vida é munto curta,
munto pôco tempo dura.
Toma ormôno prá crescê,
come ração sem mistura;
e a tua carne é sem gôsto,
prá quem come, é merda pura.

De granja:
Tu num é munto deferente,
tem mais longa a tua vida;
mode a demora in crescê,
pru mode sê cunsumida.
Leva quage sete mêis,
inté quando é abatida.

Caipira:
Mais in valô nutritivo,
juro qui d'eu, tu num ganha.
Do meu vulume de carne,
de capote, tu apanha.
E adispôi de tu guisada,
se dirmancha é tôda in banha.

De Granja:
Mais quando arguém tá doente,
qui precisa de uma canja,
de uma cumida inucente,
a mãe, cum coidado arranja,
mode dá cumo remédio,
uma galinha de granja.

Caipira:
Adispôi qui a muié pári,
na hora do seu resguardo,
quando o mininíin nasce,
e alivêia seu fardo,
mode se recuperá,
vem logo atráis do meu cardo.

De granja:
Tu só come do pió,
posso inté fazê aposta.
Passa fome de muntão,
de todo bascúio tu gosta.
E quando tua fome aperta,
bebe mijo e come bosta.

Caipira:
Tu cum bestêra e teu ôvo,
pôco à pessoa alimenta.
É mais barato, tá certo;
porém a ninguém sustenta.
Teu ôvo é vinte centavo,
e o meu, é quage cinquenta.

De Granja:
Tu cum essa pabulage,
se acha isperta prá xuxú.
Mais, pru mode lhe intupí,
eu vô preguntá prá tu:
Tu acha qui trinta centavo,
compensa eu rasgá meu cú ?

Caipira:
Eu passo o dia no mato,
de noite venho discansá.
Me assubo no pulêro,
fico inté o só raiá.
Tu é cumendo dereto,
lá nuis gaipão, sem pará.

De Granja:
Dia e noite sem pará,
na ração eu vô vivendo.
Eu aqui, na mordomia,
e tu no mato, sofrendo.
Cumendo munturo e bosta,
e uis galo te cumendo.

Caipira:
Se uis galo tão me cumendo,
eu chega mudo de tom.
Da zuada qui nóis faiz,
munto longe se ôice o som.
Eu levando chibatada,
cantando e achando bom.

De Granja:
Falando de cumpanhêro,
de tu aí, tombém ganho.
Prá galo qui nem uis teu,
eu juro qui nem me assanho.
Uis teu é piquininíin,
e uis meu, é dêsse tamanho.

Caipira:
Uis teu é dêsse tamanho,
mais prá eu, é infadado.
Abasta dá umazinha,
fica arquejando, cansado.
Meus piquininíin é macho,
e dá conta do recado.

De Granja:
De mim, tudo é mais barato,
no aicance do povão.
Sô o prato preferido,
do impregado e do patrão.
In quaiqué país do mundo,
tô numa dais refeição.

Caipira:
Nóis tem o nosso valô,
tu na tua e eu na minha.
No armôço, lanche ô janta,
cum cuscuz de menhãzinha,
num tem nada mais gostoso,
qui nóis duas, a galinha.

De Granja:
Mais cum o saláro do pobre,
no Brasí, infilirmente,
nem eu nem tu vai na mesa,
dêsse sufrido vivente.
Pobre só come galinha,
quando um duis dois tá duente...

Bob Motta

por Alma do Beco | 8:25 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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