“Como foram recursos de empréstimos tomados num banco e foram repassados fora da prestação de contas, há uma ilegalidade aí que vai ser punida pela Justiça.” Tese do Deputado José Dirceu, deputado federal, ex-presidente do PT e ex-ministro do governo Lula.
RAZÃO DA BUSCA
Saber
O sentido do verso,
No aberto,
Na amplidão.
Razão,
Da minha busca.
Amante.
Gigante.
De mãos e mãos !
Eduardo Alexandre
GALINHA DE GRANJA X GALINHA CAIPIRA
Foi no Bom Dia Brasí,
qui incrontei inspiração.
Na matéria apresentada,
a toda nossa Nação.
De norte a sul, leste a oeste,
do litorá p'ro sertão.
Falava sobre o manejo,
qui o hôme do campo manja.
Tira da dificurdade,
a solução e se arranja.
Pru mode criá galinha,
seja caipira ô de granja.
Na minha imaginação,
eu inxéigo craramente,
uma discussão da bixiga,
que agitô o ambiente.
E vô contá prá vocêis,
uma peleja deferente.
Direcionei a mente,
e apontei sua mira,
prá dento de um galinhêro,
onde brigava na ira,
uma galinha de granja,
cum uma galinha caipira.
De Granja:
Tu é uma galinha otára,
véve numa eterna luta.
Mode arrumá o qui cumê,
de menhã à noite é puta.
E prá cagá o qui come,
bota uma fôrça bruta.
Caipira:
Tua vida é munto curta,
munto pôco tempo dura.
Toma ormôno prá crescê,
come ração sem mistura;
e a tua carne é sem gôsto,
prá quem come, é merda pura.
De granja:
Tu num é munto deferente,
tem mais longa a tua vida;
mode a demora in crescê,
pru mode sê cunsumida.
Leva quage sete mêis,
inté quando é abatida.
Caipira:
Mais in valô nutritivo,
juro qui d'eu, tu num ganha.
Do meu vulume de carne,
de capote, tu apanha.
E adispôi de tu guisada,
se dirmancha é tôda in banha.
De Granja:
Mais quando arguém tá doente,
qui precisa de uma canja,
de uma cumida inucente,
a mãe, cum coidado arranja,
mode dá cumo remédio,
uma galinha de granja.
Caipira:
Adispôi qui a muié pári,
na hora do seu resguardo,
quando o mininíin nasce,
e alivêia seu fardo,
mode se recuperá,
vem logo atráis do meu cardo.
De granja:
Tu só come do pió,
posso inté fazê aposta.
Passa fome de muntão,
de todo bascúio tu gosta.
E quando tua fome aperta,
bebe mijo e come bosta.
Caipira:
Tu cum bestêra e teu ôvo,
pôco à pessoa alimenta.
É mais barato, tá certo;
porém a ninguém sustenta.
Teu ôvo é vinte centavo,
e o meu, é quage cinquenta.
De Granja:
Tu cum essa pabulage,
se acha isperta prá xuxú.
Mais, pru mode lhe intupí,
eu vô preguntá prá tu:
Tu acha qui trinta centavo,
compensa eu rasgá meu cú ?
Caipira:
Eu passo o dia no mato,
de noite venho discansá.
Me assubo no pulêro,
fico inté o só raiá.
Tu é cumendo dereto,
lá nuis gaipão, sem pará.
De Granja:
Dia e noite sem pará,
na ração eu vô vivendo.
Eu aqui, na mordomia,
e tu no mato, sofrendo.
Cumendo munturo e bosta,
e uis galo te cumendo.
Caipira:
Se uis galo tão me cumendo,
eu chega mudo de tom.
Da zuada qui nóis faiz,
munto longe se ôice o som.
Eu levando chibatada,
cantando e achando bom.
De Granja:
Falando de cumpanhêro,
de tu aí, tombém ganho.
Prá galo qui nem uis teu,
eu juro qui nem me assanho.
Uis teu é piquininíin,
e uis meu, é dêsse tamanho.
Caipira:
Uis teu é dêsse tamanho,
mais prá eu, é infadado.
Abasta dá umazinha,
fica arquejando, cansado.
Meus piquininíin é macho,
e dá conta do recado.
De Granja:
De mim, tudo é mais barato,
no aicance do povão.
Sô o prato preferido,
do impregado e do patrão.
In quaiqué país do mundo,
tô numa dais refeição.
Caipira:
Nóis tem o nosso valô,
tu na tua e eu na minha.
No armôço, lanche ô janta,
cum cuscuz de menhãzinha,
num tem nada mais gostoso,
qui nóis duas, a galinha.
De Granja:
Mais cum o saláro do pobre,
no Brasí, infilirmente,
nem eu nem tu vai na mesa,
dêsse sufrido vivente.
Pobre só come galinha,
quando um duis dois tá duente...
Bob Motta