sexta-feira, agosto 26, 2005

UMA LEBRÉIA CHAMADA BRASIL

Petróleo
MANCHETE irada
do Diário de Natal de hoje

VENEZUELA JÁ QUER MARCAR
DATA PARA REFINARIA EM PE



Ilustração: Léo Sodré



Num sô besta não, eu sô é ôimbus.


Desgarrado da roleta dessa lotação sem rumo e sem prumo, sortando bufa pro mundo feito Lulinha e acoitado nas foiages do chá-de-sumiço, qui nem Genuíno e Zé Dirceu, enfinco de novo a venta nos ares e sinto qui a crasse política “desse país” arresorveu obrá tudim duma carrada só e atrás da merma bananeira prantada na fazenda de Delúbio.

Enrolados com a bandeira brasileira, cada um querendo sê as pregas de Quelé e priquito lavado com sabonete dorli, ficam todos bancando a menina bundeira e dizendo pros pais qui ainda tem cabaço. Pia!

E agora, motorista?

Cagaram dentro do õimbus e já num carece nem de abrir as janelas, apois o futum tá comeno solto no meio do mundo. O jeito é tocá essa marinete direto pra garage, lavá e desinfetá todos os assentos, sem esquecê a buléia do condutô, além do banco do cobradô – o lugá mais catinguento – apois é onde fica a bufunfa do apurado.

Adispois a gente pinta a lataria, troca a cor dos bancos e num precisa nem mudá de chofé e cobradô... pronto. Basta encostá nas paradas de novo qui os abestaiados vão tudim entrá de ruma pra mode fazê a merma linha. Tudo ficará como trasontonte, feito PSDB e PT, engatados qui nem pica de cachorro no cachimbo da cadela.

O fiscá vai continuá comendo toco do mermo jeito; em cada terminal nós vamu continuá dando nó cego; passageiro liso continua a pulá catraca e menino sambudo passando por baixo da borboleta. Sem contá as raparigas do motorista e as minhas...essas sempre vão andá de graça e num tem patrão e guverno qui tome conta e dê jeito.

Quanto a estudantada, agora num tem mais pobrema. Tá mansinha e chapa-branca qui só. Parece inté um bando de capão choco. Já a "Cutaiada" tomém virou pelega e come-quéta. Os Sem-Terras num tão nem aí pra mode invadir a fazenda de Delúbio, qui nem faziam com o FHC, tão ligado? A campãeirada vai ficá mermo ocupando a moita inté mudá de novo o rumo da lotação. Se hoje sou ‘’Rocas-Quintas’’, amenhã, quem sabe, eu faça a nova linha da ponte qui vai ligá a Rampa à praia da Redinha. Isso se Migué Cabrobó num ganhá a porra da inleição e arresorva fazê a ponte Natal - Fernando de Noronha...pra mim, entonces, vai dá certim qui só boca de bode, apois vou ficá qui nem Inaço, pra riba e pra baixo. De Pernambuco falando para o mundo, esse menino!

Agora, pense num nêgo importante. Vô saí inté na coluna sociá da baixinha Eliana e no brógui de Dunga, a “Alma do Beco”, qui nem o fio do poeta Otonié, a irmã do Bráulio e a poetisa pernambucana, chará da fia da guvernadora do Errigenê.

Quano acabá, seu Clark Quente qui me pague um troco decente na picica desse Sanatóro e qui dê, pelo menos, pra mode tumá um caldo de cana gelado com pão peito-de-moça lá no quiosque de Aldenora, visse?

Acharo ruim?

Entonces vão vê se Genuíno e Zé Dirceu tão lá no Beco da Lama conversano goma, fazeno trova e falando da vida alheia, visse?

Por isso mermo estou ouvindo aquela musga do Chico Science e nação zumbi:

- ‘’Da lama ao caos, do caos à lama. Um homem roubado nunca se engana’’


Rocas Quintas

por Alma do Beco | 1:28 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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