MANCHETE irada
do Diário de Natal de hoje
VENEZUELA JÁ QUER MARCAR
DATA PARA REFINARIA EM PE
Ilustração: Léo Sodré
Num sô besta não, eu sô é ôimbus.
Desgarrado da roleta dessa lotação sem rumo e sem prumo, sortando bufa pro mundo feito Lulinha e acoitado nas foiages do chá-de-sumiço, qui nem Genuíno e Zé Dirceu, enfinco de novo a venta nos ares e sinto qui a crasse política “desse país” arresorveu obrá tudim duma carrada só e atrás da merma bananeira prantada na fazenda de Delúbio.
Enrolados com a bandeira brasileira, cada um querendo sê as pregas de Quelé e priquito lavado com sabonete dorli, ficam todos bancando a menina bundeira e dizendo pros pais qui ainda tem cabaço. Pia!
E agora, motorista?
Cagaram dentro do õimbus e já num carece nem de abrir as janelas, apois o futum tá comeno solto no meio do mundo. O jeito é tocá essa marinete direto pra garage, lavá e desinfetá todos os assentos, sem esquecê a buléia do condutô, além do banco do cobradô – o lugá mais catinguento – apois é onde fica a bufunfa do apurado.
Adispois a gente pinta a lataria, troca a cor dos bancos e num precisa nem mudá de chofé e cobradô... pronto. Basta encostá nas paradas de novo qui os abestaiados vão tudim entrá de ruma pra mode fazê a merma linha. Tudo ficará como trasontonte, feito PSDB e PT, engatados qui nem pica de cachorro no cachimbo da cadela.
O fiscá vai continuá comendo toco do mermo jeito; em cada terminal nós vamu continuá dando nó cego; passageiro liso continua a pulá catraca e menino sambudo passando por baixo da borboleta. Sem contá as raparigas do motorista e as minhas...essas sempre vão andá de graça e num tem patrão e guverno qui tome conta e dê jeito.
Quanto a estudantada, agora num tem mais pobrema. Tá mansinha e chapa-branca qui só. Parece inté um bando de capão choco. Já a "Cutaiada" tomém virou pelega e come-quéta. Os Sem-Terras num tão nem aí pra mode invadir a fazenda de Delúbio, qui nem faziam com o FHC, tão ligado? A campãeirada vai ficá mermo ocupando a moita inté mudá de novo o rumo da lotação. Se hoje sou ‘’Rocas-Quintas’’, amenhã, quem sabe, eu faça a nova linha da ponte qui vai ligá a Rampa à praia da Redinha. Isso se Migué Cabrobó num ganhá a porra da inleição e arresorva fazê a ponte Natal - Fernando de Noronha...pra mim, entonces, vai dá certim qui só boca de bode, apois vou ficá qui nem Inaço, pra riba e pra baixo. De Pernambuco falando para o mundo, esse menino!
Agora, pense num nêgo importante. Vô saí inté na coluna sociá da baixinha Eliana e no brógui de Dunga, a “Alma do Beco”, qui nem o fio do poeta Otonié, a irmã do Bráulio e a poetisa pernambucana, chará da fia da guvernadora do Errigenê.
Quano acabá, seu Clark Quente qui me pague um troco decente na picica desse Sanatóro e qui dê, pelo menos, pra mode tumá um caldo de cana gelado com pão peito-de-moça lá no quiosque de Aldenora, visse?
Acharo ruim?
Entonces vão vê se Genuíno e Zé Dirceu tão lá no Beco da Lama conversano goma, fazeno trova e falando da vida alheia, visse?
Por isso mermo estou ouvindo aquela musga do Chico Science e nação zumbi:
- ‘’Da lama ao caos, do caos à lama. Um homem roubado nunca se engana’’
Rocas Quintas