quinta-feira, agosto 11, 2005

O BECO DA LAMA EXISTE

Alexandro Gurgel

Paulo Jorge Dumaresq, Blecaute e Pedro Pereira no Bar de Pedrinho


Prosas e Pensamentos

No dia 17 de agosto a Livraria Sparta promoverá um ciclo de palestras “Prosas e Pensamentos” que reunirá escritores, artistas e pesquisadores da cultura regional. A proposta da livraria é apresentar aos estudantes universitários e do ensino médio, pesquisadores e ao público em geral o que se tem de mais expressivo no estado do Rio Grande do Norte.

No projeto “Prosas e Pensamentos”, que permanecerá até o mês de novembro de 2005, serão abordados assuntos sobre cangaço, poesia, urbanização da Cidade do Natal, história, artes, entre outros. A segunda palestra será do escritor Sérgio Augusto de Souza Dantas que abordará o tema ‘A Evolução da Estética do Cangaço e sua influência na Cultura Nordestina’.

A palestra se concentrará nos seguintes itens:

Apresentação de imagens em power-point de fotografias, exibição de instrumentos usados no cangaço, vestimentas, o "modus vivendi" dos cangaceiros e o reflexo dessa "sub-cultura" no panorama da cultura popular do Nordeste.

Sobre o Autor

Sérgio Augusto de Souza Dantas é Juiz de Direito na Cidade do Natal e também atuou nas comarcas de Martins, Umarizal, Cruzeta, Apodi e Caicó.

Estudioso do elemento humano e das raízes nordestinas, lançou neste ano o livro “Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada” e atualmente prepara os trabalhos “Antônio Silvino – Notas para uma Biografia” e “Aspectos Criminológicos do Cangaço e do banditismo Rural”.

Sobre o livro

O livro ‘Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada’ apresenta o resultado de uma pesquisa de campo orientado em referências bibliográficas, entrevistas, documentação antiga, processos judiciais e jornais; buscando sempre separar, como o próprio autor apresenta na parte introdutória de sua obra, a “verdade histórica” do “mitológico endêmico”.

As informações colhidas pelo escritor apresentaram evidentes e preciosas descobertas sobre o cangaceirismo no estado do Rio Grande do Norte. Seus apontamentos evidenciaram os rastros de Lampião e de seus seguidores ora já confirmado em bibliografias, ora contraria ao que já fora escrito e mostrando a verdadeira história.

Em ‘Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada’ o leitor encontrará elementos e informações indispensáveis para o estudo do cangaço no Rio Grande do Norte; tornando-a uma das mais fieis obras já escritas sobre o assunto.


Informações Gerais

Evento: Ciclo de palestras “Prosas e Pensamentos”
Local: Livraria Sparta
Data: 17/08/2005
Horário: 18:00h
Entrada gratuita
Palestrante: Sérgio Augusto de Souza Dantas – Juiz de Direito
Tema: “A Evolução da Estética do Cangaço e sua influência na Cultura Nordestina”


José Torres Neto


ecos de agosto

: e o medo.

foi quando tomando da tesoura
um a um
vazou os olhos
para que nunca mais tornassem
a ver
o gigante cogumelo
que como num terrível pesadelo
ressurgia no horizonte
(estranho: em total silêncio)
prenúncio de dor e destruição.

soube depois que fora apenas a
visão do sol encoberto
(um eclipse? tamanha tolice!)
mas não acreditou.

Márcia Maia



O uivar das palavras

Era final de tarde quando F (o filho) trouxe para casa a moto que vinha escondendo do pai. Cumprimentou-o ainda na entrada do jardim, empurrou a moto até a garagem, e sorriu. “Que dia bonito, pai. A brisa ‘tá perfeita. O verão chegou pra ficar.”

“Hei...” P (o pai) chamou á atenção, “onde você pensa que vai com essa motocicleta? Não quero isso aqui em casa!” Continuou P, deslocando-se até a garagem. “De quem é?”

“O preço foi bom, pai...” disse F, “venha dá uma olhada.”

“Trate de devolver! Agora, F!” P ajustou os óculos. As veias, agora bem mais visíveis, destacavam-se nas laterais da testa. “Pode tira isto da garagem!”

“Mamãe está?” pisou no descanso, recuou três passos e admirou a enorme Kawasaki. Olhou para P , esperando uma resposta.

“Não quero acidentado nenhum por aqui, F! Entendeu?” P marchava de braços cruzados de um lado para outro da garagem. “E outra coisa......”

“A turma toda comprou motos para o verão, pai.” Informou F. “E não vai ter nenhum acidente.”

“Não vou cuidar de nenhum paralítico. Se tiver um acidente, é melhor que morra logo...tô lhe dizendo!!!” O tom da voz aumentava, enquanto P discursava. “Leve esta merda daqui, F!”

Sem muito poder de barganha, F decidiu sair na moto. “Diga á mamãe que volto para o jantar...fique tranqüilo, pai. Um beijo.”

“Lembre do que eu disse, F!” Falou P antes de F fechar o visor do capacete.

Horas mais tarde. Começo da madrugada...

O telefone toca. Toca diferente desta vez. Toca triste. Uma ligação da policia estadual de Nova York, pedindo que o sr. P e a sra. P comparecessem ao instituto médico legal da cidade.

P, enquanto viver, escutará o uivar das palavras que falou para seu filho. Todos dias serão infinitos. Os invernos mais frios. O verão, sombrio. Redimir-se? Quem sabe, um dia. Mas não nesta vida. Porque agora ecoará mais forte o último beijo de F.

Charles M. Phelan

por Alma do Beco | 8:07 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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