Durante a campanha eleitoral de 2002 tive a promessa do Partido dos Trabalhadores de que receberia recursos financeiros para fazer frente às despesas da coligação PT-PL (...) Nove meses após o início dos mandatos vitoriosos, o Partido dos Trabalhadores passou a honrar os compromissos que assumiu durante a campanha de 2002.”
Valdemar da Costa Neto, ex-deputado federal, presidente do Partido Liberal
De todos os grandes partidos hoje com representantes no Congresso Nacional, somente o PT surgiu de seus militantes. De sua própria base, portanto. Os demais se formaram a partir do ajuntamento de políticos já eleitos, oriundos de outras siglas partidárias.
A construção do PT foi uma luta de bem mais que os 25 anos de sua história oficial. Muito antes, homens e mulheres já sonhavam com um partido ético, honrado e democrático para comandar os destinos nacionais.
Esse partido, surgido do povo, não podia nem devia enlamear-se na vala comum. A luta contra a corrupção era a bandeira de maior sensibilização popular e o seu maior compromisso com a população que elegeu vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, governadores, senadores e, por fim, o presidente da República.
Toda a luta do povo brasileiro para construir esse partido e uma nova história, irresponsavelmente, foi atirada aos porcos.
Diante dos fatos hoje expostos à Nação, não existem mais dúvidas de muitas das práticas ilícitas e espúrias que estão postas: caixa 2, suborno, e outros graves pecados cometidos, quer diretamente ou por omissão, tanto pela executiva do PT como pelo governo Lula.
Isentar de culpa o presidente de honra do PT e hoje presidente da República pelas graves conseqüências que põem em risco a democracia e as instituições brasileiras é não ter visão maior: mais importante que o apego ao poder é garantir-se à Nação a existência desse partido dela verdadeiramente nascido.
Lutar por esse partido hoje é exigir punição severa aos que se envolveram no esquema de corrupção agora de conhecimento público, e, além da renúncia à presidência da República, a expulsão de Lula, e de todos os petistas envolvidos, dos quadros do PT.
Sem partidos fortes e consolidados pela prática da formação popular cotidiana, jamais teremos uma democracia sadia e consolidada em terras brasileiras.
O PT foi uma tentativa de nosso povo. Uma luta que precisa ser continuada, mas que só logrará êxito, depois de tudo o que aconteceu, vencendo-se o câncer hoje metastaseado em parte de sua estrutura.
Antes que renuncie ou seja impedido de governar, Lula deve ser, no mínimo por irresponsabilidade e negligência com as instituições brasileiras, o PT incluso, expulso dos quadros do partido que nele teve o seu mais importante nome e referência.
Só a partir daí uma nova história poderá ser construída pelo Partido dos Trabalhadores.
Eduardo Alexandre
Quanto ao PT, mesmo sendo maior que sua cúpula, não pode ignorar a importância que toda ela teve na sua construção, quando ser petista era estigma e não charme.
Acho também que a hora é de cautela, de esperar para tomar decisões. Por enquanto, tudo parece indicar que há um imenso mar de lama envolvendo o PT e o Legislativo. Há indícios de envolvimento de Lula, sim. É inadmissível crer que num partido, o mais democrático dos partidos, como colocou Zé Dirceu, essa bandalheira toda acontecesse sem que Lula soubesse, sem que a cúpula soubesse. Mas, esperemos que se demonstre com provas e não com palavras e suposições.
Mas por ora, Dunga, acho que devemos esperar, estar atentos e tentar ser fortes. Mas com cuidado e sem condenar por indícios.
Um beijazul daqui,