Abstracionista de primeira grandeza
Raro amigo Eduardo Alexandre, poeta, escritor, pescador de sonhos pictóricos e domador de pigmentos.
Abstracionista de primeira grandeza, você é daqueles artistas plásticos que conseguem conduzir as cores por caminhos nunca vistos por olhos sensíveis e sem brilho, mas a mãe natureza é tão generosa que dá vida à arte e independe dos seres verem uma obra sua: ela é quem nos olha e nos toca, fazendo-nos ver, ouvir e degustar arte.
Eduardo Alexandre, o grande imperador das cores, dotado de uma inteligência singular e plural nas suas formas e contra-formas. Com habilidade no manuseio dos pincéis, que é a verdadeira história de botar a mão na massa, entre outros derivados de objetos germinados da mente florida e fértil.
Eduardo, você tem índole de paz e é leve na condução da realização de suas obras de arte, com segurança e fidelidade na sua originalidade de idéias. Por isso, sua pintura é viva porque provoca, com maestria, uma arte visceral e não está preocupada em agradar olhos que não têm o gosto de ver algo que lhe dê motivo de reflexão para questionar o belo ou o feio.
Eu posso citar artistas que fizeram opção natural pela escola abstracionista que são da sua estirpe, como: Kandinsk, Paul Klee, Jackson Pollock, Amilcar de Castro, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Tomie Otake, entre outros importantes artistas.
Mas o interessante é que de Eduardo eu posso falar, tocar e recordar a época em que tinha cabelos longos e fazia manifestações culturais em uma galeria muito privilegiada pelo mar e pelo povo. Seu nome é Galeria do Povo, ícone da cultura potiguar.
Eduardo, você é um homem livre e suas idéias florescem na pintura, literatura, política e em qualquer campo que atue. Você é dotado de inteligência e força criativa e, o melhor: é um sonhador convivendo com a lucidez da loucura. Um feliz bobo cortejado pela corte da arte e por todas as facções tribais.
Meu amigo Dunga: sei que você existe e que na sua existência correm cores na sua essência de ser humano. Você é soberano dos seus atos e do seu traço de pura arte.
Do artista plástico e amigo,
Pedro Pereira
Natal, 29 de Abril de 2005