Eu fujo-te. Tu ficas. O que é o destino?
Se em vez de fel amargo contiver a taça
o mel dourado e doce do lagar divino
bebê-lo à despedida dir-se-á desgraça?
Tu fitas-me, e eu fujo, alheia ao teu bendito
olhar: de que me serve? Não ouso alcançar-te
o sonho de ficar, ficar... Faz-te infinito
amor, e mesmo longe prometo encontrar-te!
Talvez seja mais que tempestade, o amor,
efêmero bafejo de mar em furor
que impune sacrifica pesqueiros leais
ou seja a calmaria vã, misteriosa
que em nós desdobra negra noite tenebrosa
...
: se acaso aqui ficasse, te amaria mais?
Márcia Maia