Um verso,
Depois de duas cervejas,
Vira prosa.
Embriaga-se
E goza
O verão, o sol
O arrebol que pinta.
E há quem diga que o poeta canta
Em verso o que seria prosa,
Do mesmo jeito que um prosador, ou prosista,
Faz da alma a profissão de artista.
Uma prosa
Depois de três cervejas
Vira verso.
Embriaga-se
Com o universo
Do papel,
o mar, o céu.
João Gualberto
Natal-Rn, 23/01/86