quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Nirvana


Meire Gomes
19/10/2003

Olhos lavados
Buscam a sanidade perdida
Na tua boca
Profana e sacrossanta boca
Boca que incita
Os mais sacrílegos instintos

Perco-me
No verbo da tua língua
Na filosofia do teu corpo
Na falta de rima
No poema, no furor
Na dança de pés descalços
No passado
Na tua boca ...
Tua maldita e abençoada boca

Corpo esguio, minha flor de mármore
Tortura-me a tua falta
Saudade que enforca
Minha alma
Peso que arde ...
Fecho os olhos
Sinto-te aqui
Tuas mãos suaves, teias de aranha
Devolvem-me um fio de vida
E tua boca, tua bendita boca!
Suga o resto de mim
Para dentro de ti ...

Vício santificado
Bizarro despreendimento corpóreo
Levitação cheia de graça
Nirvana a dois
Fundida a ti
Somos um

por Alma do Beco | 12:22 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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