Tenho meia hora
Meio agora
Meio fio
Meio rio
Tenho meia vida
Meia linha
Meio segundo
Meio mundo
Pra pegar o Beco
Pra re'voltar estar em Natal
A minha cidade-sina
Essa dos meus olhos, menina
Ouço ecos do Beco
E é bem isso qu'almejo
Esse balacobeco Baco
Bacante potiguara que sou
Quero o sentimento vivo
Semente vida de re'conhecimento
Do mundo? Não, dele quase nada sei
Mas do uni'verso que é Natal, meu berço
Canto em terços essa ladainha
D'amor e acalanto
E em imagens fantásticas
No tapete de minha vida, a teço e canto
E insisto:
Não careço ser conhecida
Não quero fama
Me basta a lama
E o que'u quero é fazer versos
E estar por dentro
E por perto...
De Natal e do Beco da Lama.
© Civone
12 de Maio de 2003