quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Circo de Lona Furada ou a Crônica de um Voto Natimorto...



Por José Correia Torres Neto (nas eleições 2004)

Estamos arranjados! Quem assistiu ou ouviu os primeiros programas eleitorais
ficou boquiaberto com os despautérios ditos e as imagens bizarras que estão
sendo veiculadas em rádios e televisões.
No rádio do carro, hoje pela manhã, um ‘magote de cabra da peste’ prometia
mundos e fundos. Candidatos a vereadores, como se pudessem executar obras, encheram os nossos ouvidos de promessas absurdas. Eram promessas de criar empregos até para aposentados, como se aposentados precisassem de emprego; eles, os aposentados, precisam é de um rendimento mensal digno e justo para pagar as suas contas, comprar seus remédios, comida, roupas e se divertirem muito. Outro candidato a vereador propôs triplicar – isso mesmo, triplicar – a ponte de Igapó. Parece que ele ainda não acredita que a histórica ponte já foi duplicada. Imaginemos esse triplicar de ponte – faltaria carro em algumas das faixas...
É pastor evangélico com música ‘gospel’ de fundo e tudo – aquelas músicas bem melosas louvando os deuses que se parecem com eles. Tem militar ingressando em partido de esquerda, professores, líderes comunitários, arquitetos, médicos e engenheiros; todos querendo entrar na vida fácil. Lembrei-me da frase de pára-choque de caminhão – ‘Vamos votar nas putas, pois em seus filhos já votamos’ e que cabe como uma luva nesta campanha...
Na televisão as imagens são monstruosas. O esquerdista, ainda mais esquerdista do que nunca, e seus jargões de campanha anunciavam ‘lutas’, ‘protestos’, ‘desmandos’ e outras palavras de ordem – ou será de desordem? Um pouco depois me surpreendi: o que fizeram com os rostos do prefeito e o da candidata do partido da estrelinha da perdição?
Colocaram tanto pó de arroz na cara do menino que ‘barrou de longe a belezura paterna’.
O penteado pós-moderno aplicado na candidata me fez lembrar daquelas senhoras do tempo do ‘lá-vai-fumaça’ que gastavam litros e litros de ‘laquê’ para construirem uma epopéia sobre suas cabeças. Acertaram na cor do batom, mas erraram na quantidade - Os lábios da mulher deslizavam um contra o outro, mais do que os bondinhos da Ribeira sobre trilhos oleados. O emperiquitamento da candidata era visível quando mostravam as chamadas
externas em que aparecia conversando com algumas pessoas na rua. A ‘maquilagem’ era substituída pelas suas feição original – a da rua sim era a verdadeira candidata.
A vice-candidata do prefeito era mais uma mistura de William Bonner e de Fátima Bernardes que mais parecia o quarto filho do casal, nesse caso: filha. Chegou a vez do pretenso sucessor de Djalma Maranhão (ou é de outro?). Com um sorriso amarelo nos ‘beiços’, mostrou sua esposa, sua casa, seus trabalhos sociais e até contou a história da santinha que quase seria a sua vice. Quando pensava que estava acabando apareceu uma figurinha premiada. Aquela figura meio mamulengo, meio João Redondo despertou a minha duvida - não sei se ele é candidato a prefeito de Natal ou de Mossoró. Pelo nome, no primeiro momento, pensei que seria um elemento folclórico da querida Mossoró em busca de vida boa, mas quando o estimado senhor falou em privatizar o Hotel Reis Magos concluí em um misto de desgosto e surpresa: É daqui! É um contraste na produção, nos figurinos e nos textos; mas todos com a mesma intenção e que todos nós sabemos qual é. Estamos mais uma vez entre a cruz e a espada e eu, pior de tudo ou de todos, convocado para ser mesário desse circo de lona furada...

José Correia Torres Neto - 19/08/2004

por Alma do Beco | 8:27 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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