quarta-feira, junho 08, 2005

MESMA ELA POR CIVONE

“O que é preciso é ser como se já não fôssemos, vigiados pelos próprios olhos severos conosco, pois o resto não nos pertence”. Cecília Meireles

: vejo tudo por espelhos. A maior parte do tempo não enxergo um palmo sequer à frente do meu nariz. Quando fecho os olhos vejo e semeio sempre infindos horizontes sem ondes. Gosto de andar no giro da venta. Adoro vento nas costas e a sensação de voar – lembrança dos sonhos e de volitar. Sou cega, ou pior/melhor, sou míope, mas vejo melhor mesmo é pelo olho terceiro. Só coisas imateriais. “Espelhos deveriam pensar duas vezes antes de refletir”, disse Jean Cocteau. Coleciono frases e olhares. Só sendo mesmo bordadeira, costureira, faxineira, cozinheira, lambedozeira, rezadeira, cantadeira, namoradeira, sonhadeira, arteira... Se Peter é Greeway, meu way é red! Arte é isso ou é aquilo. Quilos d’artes & egos. Sum. Somos. Somos sensóriums. Neo-sofias/logias. Arre evoé. Voares. Simples assim. Simplicidade é a meta. Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo e isso é bem wildecivoneanidades. Eu também: “posso resistir a tudo, menos às tentações” Atiro ao Álvaro. E acerto céu estrelado. Erro & acertos. Aquilo não é necessariamente só sexo nem só Aquiles que não é só frágil calcanhar. Nem só erro. Memórias de alhures e self-references eu ab/uso. Oroborus infinda. Devoro-me a mim mesma. Influenciada e influenciável por tudo que me arrudea, vezes me fecho qual ostra para me proteger. E como papa Niet, ardo para me consumir. Ich bin, wir sind sicher eine Flamme! Penso em dois idiomas e faíscas de vários outros e me gusta assim. O mundo é o mundo e lá fora me chamam Around The Word. Eu sou é Poty. Potyguara soul. Minha vida é minha arte e minha vida é toda “com.FUSÃO”. Fusion & transfusão. AB -. Adoro menstruação. Good, good art, blood art me faz p/arte. Ars Una, species Mille. Não diga que não é. E é. Minha arte é também apropriação. O artista tem de plantar sua própria mitologia. Nuno/s Ramos. Também sou do ramo/s. Daí Civênus. Civulva Yonis. Oh, Sacro Coração de Civone! Oh, Pietá, pietá! Ciatenas atlante. Eu não sabia que era impossível, por isso fui lá e fiz. Lancei uns cartazes onde me nominei ECCE FEMME e outro Civênus, sem pretensão alguma, só doses extras de amor e arte e uma boa pitada de inocência irônica. Sei lá, pra mim isso também é arte. Sou tão Só/u Frida Civone Kahlo quanto cheia de uivos e calos. Santa Civone é boneca de pano em seu altar. Ora, ora, amém! É uma boneca pro seu consumo! Assuma e compre. Compre, compre! Nas melhores lojas dos Ramos... Incestos d’amor próprio. Poesia, pois é, poiésis. Santa, santa, de Saint Phalle Niki Nanas. Sou uma tímida cheia de ousadias, também Clarice-me Lispector e como ela sou uma “sentidora” muito mais que outra coisa. Não nasci pronta, mas mãinha me deu a luz aos nove. Meses desde 13, sim menstruação. Mãe eu fui/sou desde 22. Bianca é dez e até 21 de Julho de 2005 é 10. À vera ela é mais que tudo quanto é número que haja e sei que haja número, haja. Sou peixes, mas muito mais uma gotinha no Oceano Atlantis. 18:35h ~ 5º Latidude. 1% tufão/furacão, 70% atitude. 48% mansuetude, 99,9% de puros sonhos /ou sonhos puros. 29 bissexta de Fevereiro. Ano de lançamento: 1972. Thirty-three are better than one. Devorei Wahrol e vomitei. Como por vezes tenho acessos de baixa-estima curo-me desta sina com a obsessão por mim mesma. Ah! Tenho a obsessão de ser santa! É, preciso duma dose a mais de amor próprio e me perdoem os recalcados, eu me adoro! Canibalis-circenses sou Cici. Devorei meus amigos e lhes pari, outros – íntimos amigos – abortei e de muitas outras referências, germinei. Eu preciso destas palavras escritas, como diz vovô do Rosário, o Artur Bispo. Civone é “provocateur” dizem alguns. Meu Leitmotiv é viver. Sem Ersatz, só a Arte. Mitos. Crio. Logo. Penso. Sonho. Existo. Pedrinho Abech diz que sou “Belespécie” e me encanto com esse lisonjeio/mentira. Às vezes é bom ouvir. Sou boa sim é ouvidora, deveria criar uma espécie de “arte-ouvidoria”. Será que cola ou Cilicone? Ciclope. Ciclones. Minhas amizades se contam na palma de uma mão e meia e sou contente com esse fato mesmo assim. M’amor Dunga diz que sou boa poeta – ele deve estar pensando “poeta boa” mas vice-versa é inverdade à vera. Ele é que é poetapintor dos bons! Eu? Estou na ida. Engatinhando eubebê. Semianalfaômegabeta. Só gosto de minhas fotos acima de ¾. 5/6 já pode ser. Agora eu tenho é 33. Minha filha me ensina como é simples ser feliz. Existo, sonho, penso, logo, crio, mitos. Paizinho se chama Cícero – ele agora é mais anjo! – e ele me codinomina Tetha – um dia fico sabendo mais porquê. Mamãe se chama Ivone e o meu nome não tem significado só tem significante, é uma signifunção, signinfluência, signiderivação, signifluição, signifruição, ou seja, meu nome é pura signinvenção. Aliás, eu sou uma signinventora, uma simbolinventora, uma neoneologistanata pura e coalhada. Realmente, realmente... Só o que faço explica o que sinto – Só o que sinto explica o que faço. Como Pessoa sei que: nenhum rio é mais belo que o Potengi que passa por minha aldeia. Contudo com tudo, não há ninguém que não seja estranho a si mesmo diz Neitzsche e mais vezes com ele concordo e com cordas. No fundo do fundo eu soul só poeta, o resto, ou melhor, tudo o mais que realizo e sonho são apenas as alegorias do que escrevo. Tudo que escrevo e faço está entre a psiconeurose e a imaginação artístico-poética. “El arte es garantia de salud mental” pra mim e para Louise Bourgeois também. Além disso, também I love Peter Beard. E love também Blecaute Borges... Assim como: I’ll write whenever I can. Assim como: é minha frase favorita de canibalismo assim como. Civone é uma alegorista. Quem diz isso é ela mesma eu que escrevo. Escrava de mim mesma me assusto quando tenho que ser branca-escrava de outrens. Eis nosso/a Bandeira: “Estou farto do lirismo comedido. (...) Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”. Tal qual Clarice, “não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido”. Eu não: quero é uma verdade inventada” e assim também digo: como poderei dizer senão timidamente assim: a vida se me é. A vida se me é, e eu não entende o que digo. E então adoro. ------- A cada dia me sinto mais Lótus,,, Meu nome também é ninguém. Civone e sua veia de garota fora do programa... Diz meu amado Paulo Augusto Pagu. Uma coisa/pessoa que é uma coisa/pessoa pode ser ao mesmo tempo outra coisa/pessoa. Coisas& Pessoas não são as mesmas coisas. Escrituras Sangradas não estancam. Poesia não tem pé nem cabeça, tem coração. Civone é neo-barroca. Existo. Sonho. Penso. Logo. Crio. Mitos. A arte é um meio e eu sou médium. Quem nunca cometeu um poema que atire-se às palavras. “Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça". NÃO ESTAMOS TERMINADOS;

por Alma do Beco | 1:11 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

.. .. ..

.. .. ..

Recentes


.. .. ..

Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

.. .. ..

A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

layout by
mariza lourenço

.. .. ..

Powered by Blogger

eXTReMe Tracker