: vejo tudo por espelhos. A maior parte do tempo não enxergo um palmo sequer à frente do meu nariz. Quando fecho os olhos vejo e semeio sempre infindos horizontes sem ondes. Gosto de andar no giro da venta. Adoro vento nas costas e a sensação de voar – lembrança dos sonhos e de volitar. Sou cega, ou pior/melhor, sou míope, mas vejo melhor mesmo é pelo olho terceiro. Só coisas imateriais. “Espelhos deveriam pensar duas vezes antes de refletir”, disse Jean Cocteau. Coleciono frases e olhares. Só sendo mesmo bordadeira, costureira, faxineira, cozinheira, lambedozeira, rezadeira, cantadeira, namoradeira, sonhadeira, arteira... Se Peter é Greeway, meu way é red! Arte é isso ou é aquilo. Quilos d’artes & egos. Sum. Somos. Somos sensóriums. Neo-sofias/logias. Arre evoé. Voares. Simples assim. Simplicidade é a meta. Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo e isso é bem wildecivoneanidades. Eu também: “posso resistir a tudo, menos às tentações” Atiro ao Álvaro. E acerto céu estrelado. Erro & acertos. Aquilo não é necessariamente só sexo nem só Aquiles que não é só frágil calcanhar. Nem só erro. Memórias de alhures e self-references eu ab/uso. Oroborus infinda. Devoro-me a mim mesma. Influenciada e influenciável por tudo que me arrudea, vezes me fecho qual ostra para me proteger. E como papa Niet, ardo para me consumir. Ich bin, wir sind sicher eine Flamme! Penso em dois idiomas e faíscas de vários outros e me gusta assim. O mundo é o mundo e lá fora me chamam Around The Word. Eu sou é Poty. Potyguara soul. Minha vida é minha arte e minha vida é toda “com.FUSÃO”. Fusion & transfusão. AB -. Adoro menstruação. Good, good art, blood art me faz p/arte. Ars Una, species Mille. Não diga que não é. E é. Minha arte é também apropriação. O artista tem de plantar sua própria mitologia. Nuno/s Ramos. Também sou do ramo/s. Daí Civênus. Civulva Yonis. Oh, Sacro Coração de Civone! Oh, Pietá, pietá! Ciatenas atlante. Eu não sabia que era impossível, por isso fui lá e fiz. Lancei uns cartazes onde me nominei ECCE FEMME e outro Civênus, sem pretensão alguma, só doses extras de amor e arte e uma boa pitada de inocência irônica. Sei lá, pra mim isso também é arte. Sou tão Só/u Frida Civone Kahlo quanto cheia de uivos e calos. Santa Civone é boneca de pano em seu altar. Ora, ora, amém! É uma boneca pro seu consumo! Assuma e compre. Compre, compre! Nas melhores lojas dos Ramos... Incestos d’amor próprio. Poesia, pois é, poiésis. Santa, santa, de Saint Phalle Niki Nanas. Sou uma tímida cheia de ousadias, também Clarice-me Lispector e como ela sou uma “sentidora” muito mais que outra coisa. Não nasci pronta, mas mãinha me deu a luz aos nove. Meses desde 13, sim menstruação. Mãe eu fui/sou desde 22. Bianca é dez e até 21 de Julho de 2005 é 10. À vera ela é mais que tudo quanto é número que haja e sei que haja número, haja. Sou peixes, mas muito mais uma gotinha no Oceano Atlantis. 18:35h ~ 5º Latidude. 1% tufão/furacão, 70% atitude. 48% mansuetude, 99,9% de puros sonhos /ou sonhos puros. 29 bissexta de Fevereiro. Ano de lançamento: 1972. Thirty-three are better than one. Devorei Wahrol e vomitei. Como por vezes tenho acessos de baixa-estima curo-me desta sina com a obsessão por mim mesma. Ah! Tenho a obsessão de ser santa! É, preciso duma dose a mais de amor próprio e me perdoem os recalcados, eu me adoro! Canibalis-circenses sou Cici. Devorei meus amigos e lhes pari, outros – íntimos amigos – abortei e de muitas outras referências, germinei. Eu preciso destas palavras escritas, como diz vovô do Rosário, o Artur Bispo. Civone é “provocateur” dizem alguns. Meu Leitmotiv é viver. Sem Ersatz, só a Arte. Mitos. Crio. Logo. Penso. Sonho. Existo. Pedrinho Abech diz que sou “Belespécie” e me encanto com esse lisonjeio/mentira. Às vezes é bom ouvir. Sou boa sim é ouvidora, deveria criar uma espécie de “arte-ouvidoria”. Será que cola ou Cilicone? Ciclope. Ciclones. Minhas amizades se contam na palma de uma mão e meia e sou contente com esse fato mesmo assim. M’amor Dunga diz que sou boa poeta – ele deve estar pensando “poeta boa” mas vice-versa é inverdade à vera. Ele é que é poetapintor dos bons! Eu? Estou na ida. Engatinhando eubebê. Semianalfaômegabeta. Só gosto de minhas fotos acima de ¾. 5/6 já pode ser. Agora eu tenho é 33. Minha filha me ensina como é simples ser feliz. Existo, sonho, penso, logo, crio, mitos. Paizinho se chama Cícero – ele agora é mais anjo! – e ele me codinomina Tetha – um dia fico sabendo mais porquê. Mamãe se chama Ivone e o meu nome não tem significado só tem significante, é uma signifunção, signinfluência, signiderivação, signifluição, signifruição, ou seja, meu nome é pura signinvenção. Aliás, eu sou uma signinventora, uma simbolinventora, uma neoneologistanata pura e coalhada. Realmente, realmente... Só o que faço explica o que sinto – Só o que sinto explica o que faço. Como Pessoa sei que: nenhum rio é mais belo que o Potengi que passa por minha aldeia. Contudo com tudo, não há ninguém que não seja estranho a si mesmo diz Neitzsche e mais vezes com ele concordo e com cordas. No fundo do fundo eu soul só poeta, o resto, ou melhor, tudo o mais que realizo e sonho são apenas as alegorias do que escrevo. Tudo que escrevo e faço está entre a psiconeurose e a imaginação artístico-poética. “El arte es garantia de salud mental” pra mim e para Louise Bourgeois também. Além disso, também I love Peter Beard. E love também Blecaute Borges... Assim como: I’ll write whenever I can. Assim como: é minha frase favorita de canibalismo assim como. Civone é uma alegorista. Quem diz isso é ela mesma eu que escrevo. Escrava de mim mesma me assusto quando tenho que ser branca-escrava de outrens. Eis nosso/a Bandeira: “Estou farto do lirismo comedido. (...) Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”. Tal qual Clarice, “não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido”. Eu não: quero é uma verdade inventada” e assim também digo: como poderei dizer senão timidamente assim: a vida se me é. A vida se me é, e eu não entende o que digo. E então adoro. ------- A cada dia me sinto mais Lótus,,, Meu nome também é ninguém. Civone e sua veia de garota fora do programa... Diz meu amado Paulo Augusto Pagu. Uma coisa/pessoa que é uma coisa/pessoa pode ser ao mesmo tempo outra coisa/pessoa. Coisas& Pessoas não são as mesmas coisas. Escrituras Sangradas não estancam. Poesia não tem pé nem cabeça, tem coração. Civone é neo-barroca. Existo. Sonho. Penso. Logo. Crio. Mitos. A arte é um meio e eu sou médium. Quem nunca cometeu um poema que atire-se às palavras. “Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça". NÃO ESTAMOS TERMINADOS;