Inda cabe rigor nesse teu peito?
Marília, de afligir-me inda não cansas?
Cruel, não sentes, ímpia, não alcanças
De tua ingratidão o triste efeito?
Teu duro coração já satisfeito
Acaso não estará dessas provanças
Que me dão caprichosas esquivanças
Com que pisas de amor doce preceito?!
Entre surdos arquejos de agonia
Vou a vida de angústias acabando,
Que um teu ai, um só riso salvaria
Mas, embora ferina vás matando
Meu firme coração, com tirania,
Hei de, mártir de amor, morrer te amando.
Lourival Açucena