segunda-feira, abril 11, 2005

MARTELOS


Rosa de Pedra

Não costumo tomar conhecimento
do instante futuro ou que passou,
meu momento é o lugar aonde vou
a reboque do próprio pensamento.
Sou o zero do eixo espaço-tempo,
uma idéia finita, pouca e parca,
o produto final da anasarca
numa soma de muitos em ninguém.
Tudo isso e o contrário, se convém
ser alguém que de mim não deixa a marca.

O instante que sou é o que me resta
do intervalo entre o escuro e a claridade.
Todo verso que escrevo é falsidade,
menos esse, o terceiro, que me atesta.
À mentira, saúdo e faço festa.
A verdade não passa por meu crivo.
Se encarar-me de frente não cultivo,
é porque de soslaio mais me enxergo.
Em verdade, à verdade não me envergo,
se me nego, ao menos, sobrevivo.

Minha sina é de ser o meu contrário:
anti-próton, anti-elétron, anti-matéria.
Preferir-me na forma deletéria
de um alguém totalmente refratário.
Olho a mim e me digo: esse otário!
um bufão para o riso da canalha,
que, há muito, perdeu-se na batalha
intentada na busca de si mesmo.
viva assim: essa face, à toa, a esmo.
morra assim: essa face, tua mortalha.


Antoniel Campos

por Alma do Beco | 3:53 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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