Um fã do Alma, metido a macumbeiro
e gozador, me deu o mote. Embioquei:
Sou uma alma do Beco
sou encosto zombeteiro
Mandinga de sapo seco
despacho na encruzilhada,
faço ebó pela calçada
— sou uma alma do Beco...
Bebo marrafo e proseco,
já fui preto no Alabama.
na Bahia deixei fama,
fui mestre de Jorge Amado
— sou pelintroso, cuidado,
sou encosto zombeteiro !
Antítese:
Te “desconjuro”, pé-seco,
vade retro, capiroto !
— Nunca diga, bicho escroto,
“sou uma alma do Beco” ...
Pegue o beco, cabra-seco,
siga só, escopeteiro,
vá baixar noutro terreiro,
procurar sua calunga
— nem diga, perto de Dunga:
“sou encosto zombeteiro” !
Laélio
2005