Amigos do Beco,
Eu penso que o maior momento (com valor histórico, inclusive) do Dia da Poesia foi quando Capinam chorou!
Não sei se por pudor ou distração, não houve muita conversa em torno disto.
Porém, aquele choro denotou certamente toda uma realidade vivida por um dos maiores poetas do Brasil e que pode retratar um pouco de cada um de nós, brasileiros, poetas.
O choro foi além, foi desabafo de anos, décadas de Brasil.
Eu bati as fotos, mas guardei-as por ética. Quem sabe, um dia possam ser publicadas, quando não houver mais choro no Brasil!
Abraços
Lívio Alves
A partir daquele momento, a palestra, melhor dizendo, a conversa, tomou um outro rumo. O poeta de alma nua. Ali, era um falando aos seus iguais. Quem esperava acirramento de ânimos, grandes teimas literárias trazidas à baila, "o papel do poeta no mundo", "a influência de poesia de fulano de tal na de sicrano de tal" e que tais, perdeu seu tempo.
Gosto daquele tipo de papo.
Não gosto daquele outro tipo, onde o palestrante parece dizer: vejam, é por aqui o caminho. O tom professoral. O academicismo. O ismo. O ismo.
Capinam falou coisas importantes, todavia. Quem ouviu, soube pescar o momento da sua carpintaria poética, o que ele faz (ou melhor, não faz) para a ocorrência do poema. Falou — aí já com o sincretismo que lhe é inerente — da função premonitória da palavra. Falou da decisão que tomou na vida, médico de formação, pelo rumo da palavra, da poesia. E chamou o seu parceiro Mirabô para cantar com ele: a poesia voltando para o seu berço: a música.
Um abraço,
Antoniel Campos
E eu perdi tudo isso ...
Meire Gomes