Professor Bira
Esse negócio de deltinhas no banheiro é coisa de artista de plástico, como diria Volonté. Então temos uma lista de suspeitos e insuspeitos como veremos:
Helmut Cândido: Insuspeito, é um intelectual acima de qualquer suspeita, não se prestaria a tão pouco.
Marcelus Bob: Suspeito, é obcecado pela dita e tem motivos para fazer mal-criação no bar, mas creio que as suas seriam encapuzadas como os humanóides.
Marcelo Fernandes: Suspeito, o cara é completamente seco, mas as ditas não foram feitas com giz de cera.
Franklin Serrão: Insuspeito, anda numa fase de estudos profundos. Se fosse ele os deltas teriam um estilo Portinari.
Plínio Sanderson: Suspeitíssimo. Separado recentemente, está sempre com a brocha na mão. É enfermo do caráter e adora uma performance.
Valderedo: Suspeito. Esses caladinhos são danados. Pode ter disfarçado o traço.
Alex Gurgel: Insuspeito. Se fosse ele, seria um texto falando do cheiro almiscarado que exala daquela gruta úmida e intumescida.
Hugo Macedo: Insuspeito. Fossem fotos de deltas bucólicas e pitorescas...
Jotoh: Suspeitíssimo. O véinho é um danado. Está de volta à ativa e, afinal de contas, são miniaturas.
Lulaugusto: Suspeitíssimo. Dar barraco em Narareth é com ele mesmo, apesar de um filme nem que fosse pornô ser mais de seu feitio.
Léo Sodré: Suspeito de dar cobertura ao principal suspeito. Mas se fosse ele, teríamos um texto de apresentação relevando as qualidades da dita, tipo: as deltinhas são cordiais, criaturas maravilhosas dignas de toda nossa devoção...
Dunga: Principal suspeito. Pesa contra ele os seus portais. É o único que pinta porta, janela, embalagem de pizza, gavetas... Por que não banheiros? Além do mais, não seria a primeira vez que o poeta manipularia uma deltinha no Beco. Outro agravante: todos sabemos da sua intenção em fazer sua exposição da Vigário Bartolomeu até o Palácio da Cultura, passando por Nazaré. Ou seja, preenchendo todos os espaços, sem excluir nenhum.