domingo, fevereiro 27, 2005

Meladinha dá o tom

Clérton Alves
Clérton Alves



No Beco
Violões juntam-se a vozes
Nas tardes de sábados
Noites de qualquer segunda-feira

Para o Beco vão os pedintes
Em busca da sopa
De um cigarro
De algo qualquer

Jornalistas, poetas, doutores
Caminho de deserdados

O Beco foi a lama da cidade
Hoje é alma e cana

Paraíso etílico
Recanto de comida gorda:
Costela, rabada
Buchada
Charque na fava
Pirão no cozido de peixe

No Beco
As vozes se soltam
As que cantam
As que falam
Mal da vida alheia

Exposição diária de vida
E de vida difícil também
Onde explode o riso
Soltam-se almas fechadas
Em duros corações

A meladinha,
No Beco
Dá o tom do discurso
Na batuta do maestro


Eduardo Alexandre
27 de fevereiro de 2005

por Alma do Beco | 1:55 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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