por ser-me o inverso da razão
perco-me neste insano
labirinto
sem teseu
sem ariadne e seu fio
só comigo e com uns restos do
que afirmam ter um dia
sido eu.
tempo
cutelo ou bálsamo?
não o sabem
os cabelos verde-azuis
dos afogados
mas eu o sei
e tu (ainda que negues)
também o sabes.
nova mitologia
sem rumo
avesso a novos caminhos
perde-se em antigos labirintos
enquanto, perfeitamente atualizado,
liberto de complexos e mitos
o minotauro convida-me
para jantar.
( e eu, exausta de idas e vindas,
aceito sem pestanejar.)
Márcia Maia