segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Capitalismo e barbárie



Diário de Natal / 26 de setembro de 2001


O tombo das torres gêmeas do World Trade Center de Nova Iorque representa para a humanidade também um início de estado de alerta contra a barbárie imposta ao mundo pelo imperialismo globalizado. Antes de ser um ato terrorista, a ação contra o simbolismo do império americano foi um ato de barbárie contra a barbárie.

Barbárie imposta ao mundo pela grande concentração de capital nas mãos de poucos, enquanto as grandes massas humanas passam por necessidades de toda ordem. Ao acúmulo dos poucos, resulta a subtração a milhões de miseráveis sem direito a vida, espalhados pelos quatro cantos da Terra.

A barbárie está na falta de comida e na desassistência à saúde, à educação, à moradia de bilhões de indivíduos. O fundamental hoje é o reconhecimento de que esta não é uma guerra religiosa; não é uma guerra de nações contra nações.

Há 150 anos, Marx alertava: a concentração do capital irá gerar a barbárie. E a barbárie está há muito presente ao planeta, enquanto a grande águia americana ostenta a opulência de um povo que não olha em sua volta.

Contra a barbárie da miséria latino-americana, o capitalismo americano impôs o muro da fronteira mexicana. Contra a barbárie do genocídio palestino, os grandes investidores ianques endossam a barbárie do megamilionário mercado de armas.

As mortes diárias dos grandes centros, corpos tombados diante da violenta reação humana contra a pobreza, somam-se em números maiores que as conseqüentes do ato da guerra não declarada contra o império americano. A barbárie do cotidiano humano está nas páginas de qualquer jornal do mundo. O tio rico do norte, no entanto, nunca fez questao de lê-los. Sam nunca se preocupou com nada que não fosse o aumento de sua própria riqueza. Como o tio milionário da ficção dos comic books, o Patinhas, ele amealha e não acena com qualquer gesto de humanidade, dando ao mundo uma chance de paz e vida digna para todos.

Subtrai; explora; escraviza.

Os necessitados do mundo não querem nem lutam por caridade. Exigem justiça e uma ordem mundial que busque o equilíbrio econômico e dê a todos o direito de viver.


O xerife do mundo tem diante de si uma guerra diferente; guerra que exige prudência e táticas também primárias como os estiletes responsáveis pelo desastre de Manhattan. Não será a guerra nuclear que resolverá a questão. Nada de explosões ou recorrência à força bruta: o trabalho da inteligência, muito mais, será o fator determinante de uma resposta racional ao ato que humilhou e expôs ao mundo a fragilidade do gigante.


A paz que reinava em terras da América já não mais existe. As populações das grandes, médias e pequenas cidades dos estados americanos vivem hoje sob o domínio do medo, sem a consciência de como e onde será a reação sem rosto do inimigo.


Da mesma forma que Bush ameaça países que abriguem terroristas anti-imperialistas, pessoas de bom senso de todo o mundo se unem contra o requisitado direito de assassinato de qualquer cidadão do mundo sem julgamento.

A barbárie americana chega para ameaçar o Direito Universal. E já não serão mais os poucos países islâmicos que se insurgirão contra o xerife do mundo, mas populações esclarecidas de países ocidentais e até cidadãos americanos.

Contra a barbárie imposta pela política internacional americana, o mundo viu ao vivo a barbárie de uma resposta irracional e cruel. Ou a nova ordem é estabelecida em bases humanitárias sólidas, ou o capitalismo globalizado, por responsabilidade, implodirá o mundo em ações primárias de grandes resultados.

A reflexão fica para que não se encubra com manto religioso uma questão eminentemente política: o barbarismo político americano, mais que os suicidas do novo terrorismo mundial, ameaça a humanidade de uma forma concreta e cotidiana, merecendo dos seus mentores uma revisão que traga ao mundo a paz por todos desejada.

Eduardo Alexandre de Amorim Garcia

por Alma do Beco | 11:47 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

.. .. ..

.. .. ..

Recentes


.. .. ..

Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

.. .. ..

A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

layout by
mariza lourenço

.. .. ..

Powered by Blogger

eXTReMe Tracker