domingo, janeiro 30, 2005

O nono mandamento

O nono mandamento
MARCOS FERREIRA

Não sabemos de nossos
interiores, escaninhos,
porões ou campos-santos.
Também não fazemos conta
de nossos líquidos, suores,
murmúrios e artimanhas.

Nunca jamais nesta
alcova de medos e anseios
nos encontramos
por sobre nossas ancas,
quadris, bustos e coxas.
Nunca nos pusemos
de banda, de frente,
de dois ou de quatro.

Nunca, nunca nesta arena
varrida de culpas adormeceram
lado a lado as nossas carnes
vi-to-ri-o-sa-men-te vencidas.

Nunca nos prendemos
na teia tensa e nervosa
de quatro braços.
Também nunca morremos
na praia vazia de nossos
desalinhos e silêncios.

Mas, estão cravados
aqui nestes muros frios
de minh’alma penada
os pregos longos e agudos
dos teus olhos negros.

E, nas valas comuns
de minhas mãos
encardidas de cios
e luxúrias, ainda
estremece a memória
impura e rija dos
teus seios pródigos.

por Alma do Beco | 6:42 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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