segunda-feira, janeiro 31, 2005

No banheiro

NO BANHEIRO
João Gualberto Aguiar

No banheiro. E logo ela, de quem eu menos esperava, saiu-me um verdadeiro poeta. Tá certo, ninguém precisa (necessariamente) escrever os versos que ninguém escreve. Amar um poeta dessa maneira chega a ser um despropósito. O que o poeta pode, a não ser um amor de improviso, a não ser o amor?
Alegria era com ele. Bastava pedir uma, não precisava pedir mais nenhuma: o garçom estava aqui para isso mesmo. Brasileiro da gema, solícito e confiante. Era triste, mas era triste pela própria natureza.
Gemada você não bote, nem leite, nem água, nem você (que é a coisa que eu mais gosto no mundo), nem café, nem cigarro, e muito menos álcool (uma coisa que detesto).
Faça de conta que sou água, e beba-me. Mergulhe-me.
ânfora. âncora.
Pulsa vida, eu queria ser. E sou.

por Alma do Beco | 12:37 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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