terça-feira, abril 05, 2005

SE DESSE, EU SÓ VIVIA GLOSANDO




Se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando


Um biliardário herdeiro
do meu pai hoje eu seria:
ah, quanto ouro eu teria
se glosa desse dinheiro!
Vagabundo, o ano inteiro,
passava o dia flanando,
comendo, bebendo, amando,
em branca rede deitado,
satisfeito e descansado
— eu só vivia glosando!

Laélio Ferreira



Se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando

Eu canto por derradeiro
a minha poesia contente
e enricava de repente
se glosa desse dinheiro!
Cabra véio canguleiro,
vivia verso inventando,
passava o dia cantando
sem sequer ficar cansado
era rico aposentado
— eu só vivia glosando!

Chagas Lourenço



se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando


plantão? nem por derradeiro!
nem se pedisse meu pai
voltando do além, ai... ai...
se glosa desse dinheiro!
poetisa, o ano inteiro,
ia viver viajando,
na praia me bronzeando.
depois quando fosse inverno?
cobertor e amor eterno:
— eu só vivia glosando.

Márcia Maia



Se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando


Água no meu terreiro
Comida farta e fresquinha
Geladeira e não quartinha
se glosa desse dinheiro !
Seria rei o ano inteiro,
pois prá fazer verso rimando
Inda pro cima ganhando
Dinheiro era de feixe
No açude fisgando peixe
— eu só vivia glosando !

Tadeu Neri



Se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando!

Pobre poeta, obreiro
Decerto eu não seria
fortuna muita teria
se glosa desse dinheiro!
Pegava pena e tinteiro
Mais de mil versos por ano
Isso seria o meu plano.
Se verso fosse uma mina
Não me faltava menina
— eu só vivia glosando!

Dunga,
com a ajuda de Márcia



Se glosa desse dinheiro
eu só vivia glosando!


É o mestre carpinteiro
que faz a peça bonita
nunca mais via marmita
se glosa desse dinheiro!
Vivia todo faceiro
numa mercedes passeando,
menina rica namorando
era um poeta arretado,
emendando pé quebrado
— eu só vivia glosando!

Chagas Lourenço

por Alma do Beco | 10:25 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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