TRAGO CHICO AO PARAÍSO
O RIO ESTAVA FLECHADO
ABATERAM UM SORRISO
UM CORAÇÃO TEMPERADO
APÓS VOOU LÉGUA E MEIA
NAS ÁGUAS DO RIO PIUM
BELO CASTELO DE AREIA
DO NOSSO LEITO COMUM
A POESIA DO AMIGO RIMA
O SERTÃO DE CÉU QUEIMANTE
PAISAGEM DE ALTA ESTIMA
DE ALEGRIA EDIFICANTE
VELHO CHICO DOS POSTAIS
DAS ALVORADAS NO CAMPO
DAS CORREDEIRAS NATAIS
NO CICLO DOS PIRILAMPOS
MORREU NA TARDE CAPRICHO
QUEM NA TARDE FOI VALENTE
A VIOLÊNCIA É UM BICHO
QUE MATA A ALMA DA GENTE
CHICO VESPÚCCIO MORREU
MORREU DE MORTE MATADA
CHICO FORTUNA MORREU
NO DESTINO DA CILADA
CHICO BONDADE MORREU
DEIXOU EM NÓS A SAUDADE
QUEM COM ELE CONVIVEU
NESSA NATALICIDADE
NASCEU NA TERRA NATAL
NA TERRA NATAL PAROU
É COISA DE "CARNATAL"
OU SINAL QUE ENGUIÇOU
UM APELIDO MORREU
UM BOM AMIGO TAMBÉM
A BEL’ARTE ENGRANDECEU
MORREU UM HOMEM DE BEM
UM SÁBIO DE PENSAMENTO
UM HOMEM DE PÉ NO CHÃO
PODE VIR UM PÉ DE VENTO
LEVA A ALMA DE ALUVIÃO
MEU PARCEIRO DE OPERETA
AMIGO VELHO PARCEIRO
ERA TAMANHA A FACETA
DE MOTIVO BRASILEIRO
"OPERETA CAMALEÃO"
MUDA DE COR E DESANDA
A TOCAR SEU VIOLÃO
UMA REDE NA VARANDA
(HOMENAGEM PÓSTUMA AO VELHO CHICO DE NATAL, DEZ 95)
J. GUAL