e vela de Absinto)
Olhos surdos, boca cega
Ouvido mudo
Desapareces entorpecida
Paralisada
Perdes os parcos sentidos
No mantra, em todos os cheiros
Da vela que não se carcome
Teu corpo inerte, imberbe
Liquefaz-se
Deita no branco leito do pranto
De lágrimas e risos
Retira o manto
Do passado santo
E volta a ser o que fora
Distorcida face lilás, rejeição
Perpetração
Meia vida em cela escura
Desenfreada busca
Identidade perdida
Triturada
Reconstruída
Fim do mantra, Hare Hama
A vela manda
À cela, a lama
Não se gele a flama
Pois a alma chama
Pela luz do cheiro
Pela cor do fogo
Pelo som da fumaça
Madana Mohana clama
Desperte em si
O que quiseste ser e não foste
Agora o és
És mutante encontrada
DNA renascido
(Pelo apelo do pêlo
Pelo medo de nunca tê-lo
Pela clemência de sê-lo)
Na aromática teia da parafina
Haribol
Meire Gomes