O carnaval passara da avenida Rio Branco para a Deodoro. O Grande Ponto estava apequenando, mas, para se chegar ao desfile, passava-se por ele. Por ali, circulava-se, indo ou voltando.
Esquina da Princesa Isabel com João Pessoa. Pausa para tomar um sorvete na Sorveteria Cruzeiro. Pessoas vão e voltam, fantasias e mascarados. Há restos de sambas e marchinhas pelo ar e um delicioso perfume das “lanças”, inocentes e permitidas.
No meio da rua, um pierrot de branco parou em frente à porta. Tira do bolso um lança-perfume e ensopa um lenço que leva ao nariz. Logo seus braços pendem e o lenço se desprende. O pierrot hesita, vacila e começa a cair devagar. Flutua, como que paira, leve, descendo aos poucos até o chão.
Acodem pessoas a socorrê-lo, levam-no não sei para onde.
“Era Newton Navarro”, alguém disse.
Cláudio Galvão