sábado, fevereiro 19, 2005

Do Alecrim ao Beco da Lama



Laélio Ferreira de Mello

Conheci Damasceno Bezerra pouco antes da sua morte, aí pela metade da década de 40. Morava na Praia do Meio, quando ainda não existia a Avenida Circular, hoje “Sílvio Pedroza”, que a construiu, (ou “Café Filho” ?). Casas de alvenaria, “de veraneio”, somente aquelas, poucas, da Ponta do Morcego ! Nada, ainda, de “Praia dos Artistas”. Fui, de bonde, com Papai, descendo ali, no início da ladeira, hoje dita “do Sol”. Tuberculoso, as pernas feridentas,alto,magérrimo, cabeleira despenteada, enfiado num velho e roto calção de banho, cheio de cana, recebeu-nos com alegria na casinha de taipa modestíssima, de pescador, o chão batido.
Em 27 ou 28 (Cláudio Galvão sabe precisar), ele, Othoniel Menezes e José Janini, numa carraspana terrível, vieram do Alecrim até ao Beco da Lama, para a saídeira, atirando na iluminação pública – escândalo monumental! Papai perdeu o emprego supimpa de Primeiro Oficial da Secretaria do Governo (de Zé Augusto); ele, Damasceno, o de Redator da “A República”; Janini, a família deportou para o Rio, onde se deu bem.
Era, o infeliz poeta, conversador admirável, pilhérico, fescenino!
Nunca conseguiu dinheiro nem apoio oficial para publicar um livro prefaciado por Othoniel e de nome belíssimo: “Dias de Sol”!

por Alma do Beco | 8:53 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

.. .. ..

.. .. ..

Recentes


.. .. ..

Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

.. .. ..

A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

layout by
mariza lourenço

.. .. ..

Powered by Blogger

eXTReMe Tracker