Gosto de chuva, de bolero, de poesia.
Eu me revelo em tudo quanto me enleva.
Amo o silêncio madrugado de estesia.
Às vezes penso ter uns quatrocentos anos.
Às vezes penso que não passo de um menino.
Quem mais me ensina são meus próprios desenganos.
Do que eu sei, nada mais sei quando defino.
Vivo num tempo que pra mim chegou bem antes.
Nada me acalma, muito menos me apavora.
Amo o passado, tempos idos, bem distantes.
Desde o futuro meu presente me devora.
Minha certeza é além de um berço ou cemitério.
Bem poucas coisas nessa vida eu levo a sério.
Antoniel Campos