J. Charlier Fernandes
Grande Ponto
Grande porto: solo-mistério
decifrado
por homens e gestos
Formas e acenos
Pouco há em ti
de sonho ou de aventura
porque és o
Só
espaço da loucura
(loucura entanto coarctada
por sua voz, ritual e canto
e sudários incensados
no teu paço de candura).
Grande Ponto
Grande porto
orbe liberto do tempo:
sendo um pouco o teu retrato
(com a minha alma fechada)
eco de tuas vivências
(com o meu sossego calado)
por que assim avassalas
no teu chão de confidências?
In Poesia Viva de Natal, Manoel Onofre Jr.
Fundação Capitania das Artes/Nordeste Editora, 1999