Eduardo Alexandre / Carlos Gurgel
UM POEMA CONCRETO DA ABSTRAÇÃO VIVENCIAL
O entretenimento entretem> a moçada> que nada tem> (de grana)> na calçada do bar>> Depois vem o sonho> sono do real feitio> diversão> Dormir no além> ao relento dos medos> dos ventos e dos tempos> tempo presente> indicativo do real> feito espanto> feitiço marshmellow> e no final> a paixão de estar incontida> (e bem no fundo escondida)>>>> A dádiva de ser> (sendo)> O que não se é> No horizonte do acaso> das incessantes ilusões> da briga do bem e do mal> das estórias do Batman e do Robin> dos magazines das gavetas> infestadas da naftalina troipical>> Amanheceu chuvoso> Em cima da minha cabeça> nas montanhas de Gothan City> nas calçadas encharcadas de vômitos> E cômicos de Gothan City>> Corri apressaqdo pro correio> coloquei correspondência sideral:> o fanatismo dos saltos da dupla infernal> por cima dos espigões> inquieta a mim> e a todos pelo sonho transposto para o real>> SALVAI-NOS CIBERNÉTICA SEM PRUMO E SEM DEDAL !!!>> Pedal da transamérica ocidental> russa e meridional> visigoda bárbara pasta dental> alcalina e coloidal> ameda do subdesenvolvimento animal>> Sonhei na astúcia de Babel> Desde pequeno> no quintal lá de casa> havia mangueiras coloridas> e hoje me transporto> para os arranha-céus de Gothan City>> Nas mangueiras ficava a tarde inteira> Às vezes mangas verdes> Às vezes mangas maduras>> Os uniformes dos dois são muito resistentes> (como os tempos d'agora)> e d'além-mar onde Cabral> enfeitava o cantagiante carnaval> das mulatas fagueiras e danceiras> das noites despudoradas do Bangu !>> VIVA A GOTHAN CITY TROPICAL !> Dos heróis e anti-heróis da noite saxã> hegeliana e fenomenal> romanceira e tradicional> como o escovar dentes e o banho matinal>> Do olho da minha janela> vislumbro os extemporâneos Batman & Robin> contemporâneos das favelas> e dos ghetos das nossas cidades> despudoradas>> Alcanço no meio do visual> a necessidade primitiva dos dois:> dobrar as mangas> e ir ao infinito desejo> do apoio e do congraçamento>> Me identifico muito com suas proezas metafísicas> elas representam a última tentativa da Tribo Aquário> pelo inverso do sonho> sonhado na determinaão do crepúsculo> amiudado na vontade da noite bizantina> do dinheiro ou a vida !>> Isso é um assalto> Assalto insólito> dos supermercados e butiques> da bomba de gasolina> que não abastece o Bat-car>> A determinaão juvenil emanada pelas fortes forças> saídas dos motores Bat-morcegos> não mais o grito> primal dos Aiô !> Dos Krig ! Há! Bandolo !> Mas os canos de escape> cerrando os ares e desencadeando> a jornada dos apelos oriundos> das gargantas do povo oprimido>> PEGA 1> Pega que o homem é herói> Herói das multinacionais e patrões> da riqueza comandadora da inflaão> do superavit nos balanços> da Cia. de eletricidade estatal>>>> Aiô ! Krig ! Há ! Bandolo !> Dói na barriga do povo> a subnutrião> E a falta de leito nos hospitais> que a Mulher-Morcego não visita em fim-de-ano