sábado, janeiro 29, 2005

Entrelinha

entrelinha


houve um tempo em que desamanhecia e a noite se estendia para além da madrugada, enquanto perdurassem as palavras que se travestiam da palavra amor. houve um tempo em que todas as palavras — casa, gato, faca, mão — queriam dizer desejo: te quero. e as estrelas preguiçosas retardavam a caminhada, ofuscando o sol. passou esse tempo. partiram as estrelas. mas as palavras, imbuídas do sentimento do eterno, permanecem. e ainda brincam sob a pele quando se faz longa a madrugada. quem pensou serem efêmeras as palavras?



Márcia Maia

por Alma do Beco | 1:44 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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